domingo, 27 de fevereiro de 2011

Eu desconfio

Não acredito que o movimento contestatário que tem operado mudanças nos países do norte de África seja singelo nascido na cabeça de jovens utilizadores das chamadas “redes sociais”.
Estou incrédulo que as ditas redes por si só tenham capacidade para tal mobilização.
Eu que sou Des confiado não me convenço que estes movimentos não tenham nascido após várias reuniões preliminares e finalmente numa sala com uma mão cheia de representantes dos “cães grandes”.
Pasmo ao ler que a China condena a intervenção das forças pró Muammar Gaddafi, estranho o silêncio de Israel, da mesma forma que não entendo o mutismo da Al Qaeda, não ouvi ainda (porque se calhar estava distraído) nenhuma declaração do primeiro ministro inglês sobre a situação na Líbia.
“O ex-ministro da Justiça da Líbia revelou ter provas que implicam directamente Muammar Kadhafi no atentado de Lockerbie que fez 270 mortos em 1988.”, vem agora o ex-ministro mandar bocas, agora? Os “bifes” já perdoaram, precisavam do petróleo líbio.
Só me convenço que todos estes movimentos de massas são espontâneos se a acção chegar à Arábia Saudita e os Estados Unidos da América, e as “potências” europeias, se manifestarem como têm feito até aqui, apoiando os revoltosos.
Querem a minha opinião?
Estas “revoluções” destinam-se a travar o avanço dos islamitas, a criar uma muralha que evitará ataques a países (amigos) vizinhos, a travar a emigração clandestina para a Europa, e a colocar nos pontos-chave governos de confiança.
Mas isto sou eu a lucubrar, eu que sou Des_confiado.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Notícia do dia

Notícia do dia: Uma galinha chamada Hattie pôs um ovo de 177 gramas. Sabendo que um ovo XL pesa cerca de 35 gramas temos que considerar que é “obra”! Ainda se fosse no Entroncamento, vá lá, admitia-se.
Mas o que mais me espanta é o pensamento “miudinho” do casal inglês possuidor deste belo exemplar, que não pondo ovos de ouro, põe ovos cinco ou seis vezes maiores do que um ovo normal.
Resolveram fazer uma omeleta gigante, pasme-se! Então não era melhor chocar o ovo e conseguir uma galinha gigante, com uma cloaca gigante que pusesse estes ovóides monstros com muito menos sofrimento? Estes bifes já não me conseguem surpreender. Creio que já em 2010 um outro galináceo tinha posto um ovo ainda maior do que este, segundo o “Daily mail” que não pretende de modo nenhum ser vencido por esta notícia do “Mail Online”.
Perante este surpreendente acontecimento, eu, que não tenho culpa nenhuma do elevado grau de cepticismo que me caracteriza, diria que aqui há gato… perdão… avestruz.
A.M.




A data já está marcada. .

 12 de Março de 2011 - Um milhão de pessoas na Avenida da Liberdade pela demissão de toda a classe política
Este e-mail vai circular hoje e será lido por centenas de milhares de pessoas. A guerra contra a chulice, está a começar. Não subestimem o povo que começa a ter conhecimento do que nos têm andado a fazer, do porquê de chegar ao ponto de ter de cortar na comida dos filhos!
Estamos de olhos bem abertos e dispostos a fazer -quase-tudo, para mudar o rumo deste abuso.
Todos os ''governantes'' [a saber, os que se governam...] de Portugal falam em cortes de despesas - mas não dizem quais - e aumentos de impostos a pagar.
Nenhum governante fala em:

1. Reduzir as mordomias (gabinetes, secretárias, adjuntos, assessores, suportes burocráticos respectivos, carros, motoristas, etc.) dos três Presidentes da República retirados;

2. Redução dos deputados da Assembleia da República e seus gabinetes, profissionalizando-os como nos países a sério. Reforma das mordomias na Assembleia da República, como almoços opíparos, com digestivos e outras libações, tudo à custa do pagode;

3. Acabar com centenas de Institutos Públicos e Fundações Públicas que não servem para nada e, têm funcionários e administradores com 2º e 3º emprego;

4. Acabar com as empresas Municipais, com Administradores a auferir milhares de euro/mês e que não servem para nada, antes, acumulam funções nos municípios, para aumentarem o bolo salarial respectivo.

5. Por exemplo as empresas de estacionamento não são verificadas porquê? E os aparelhos não são verificados porquê? É como um táxi, se uns têm de cumprir porque não cumprem os outros? e não são verificados como podem ser auditados?

6. Redução drástica das Câmaras Municipais e Assembleias Municipais, numa reconversão mais feroz que a da Reforma do Mouzinho da Silveira, em 1821, etc...;

7. Redução drástica das Juntas de Freguesia. Acabar com o pagamento de 200 euros por presença de cada pessoa nas reuniões das Câmaras e 75 euros nas Juntas de Freguesia.

8. Acabar com o Financiamento aos partidos, que devem viver da quotização dos seus associados e da imaginação que aos outros exigem, para conseguirem verbas para as suas actividades;

9. Acabar com a distribuição de carros a Presidentes, Assessores, etc, das Câmaras, Juntas, etc., que se deslocam em digressões particulares pelo País;

10. Acabar com os motoristas particulares 20 h/dia, com o agravamento das horas extraordinárias... para servir suas excelências, filhos e famílias e até, os filhos das amantes...

11. Acabar com a renovação sistemática de frotas de carros do Estado;

12. Colocar chapas de identificação em todos os carros do Estado. Não permitir de modo algum que carros oficiais façam serviço particular tal como levar e trazer familiares e filhos, às escolas, ir ao mercado a compras, etc;

13. Acabar com o vaivém semanal dos deputados dos Açores e Madeira e respectivas estadias em Lisboa em hotéis de cinco estrelas pagos pelos contribuintes

14. Controlar o pessoal da Função Pública (todos os funcionários pagos por nós) que nunca está no local de trabalho. Então em Lisboa é o regabofe total. HÁ QUADROS (directores gerais e outros) QUE, EM VEZ DE ESTAREM NO SERVIÇO PÚBLICO, PASSAM O TEMPO NOS SEUS ESCRITÓRIOS DE ADVOGADOS A CUIDAR DOS SEUS INTERESSES....;

15. Acabar com as administrações numerosíssimas de hospitais públicos que servem para garantir tachos aos apaniguados do poder – há hospitais de província com mais administradores que pessoal administrativo. Só o de PENAFIEL TEM SETE ADMINISTRADORES PRINCIPESCAMENTE PAGOS... pertencentes ás oligarquias locais do partido no poder...

16. Acabar com os milhares de pareceres jurídicos, caríssimos, pagos sempre aos mesmos escritórios que têm canais de comunicação fáceis com o Governo, no âmbito de um tráfico de influências que há que criminalizar, autuar, julgar e condenar;

17. Acabar com as várias reformas por pessoa, de entre o pessoal do Estado e entidades privadas, que passaram fugazmente pelo Estado.

18. Pedir o pagamento dos milhões dos empréstimos dos contribuintes ao BPN e BPP;

19. Perseguir os milhões desviados por Rendeiros, Loureiros e Quejandos, onde quer que estejam e por aí fora.

20. Acabar com os salários milionários da RTP e os milhões que a mesma recebe todos os anos.

21. Acabar com os lugares de amigos e de partidos na RTP que custam milhões ao erário público.

22. Acabar com os ordenados de milionários da TAP, com milhares de funcionários e empresas fantasmas que cobram milhares e que pertencem a quadros do Partido Único (PS + PSD).

23. Assim e desta forma Sr. Ministro das Finanças recuperaremos depressa a nossa posição e sobretudo, a credibilidade tão abalada pela corrupção que grassa e pelo desvario dos dinheiros do Estado ;

24. Acabar com o regabofe da pantomina das PPP (Parcerias Público Privadas), que mais não são do que formas habilidosas de uns poucos patifes se locupletarem com fortunas à custa dos papalvos dos contribuintes, fugindo ao controle seja de que organismo independente for e fazendo a "obra" pelo preço que "entendem"...;

25. Criminalizar, imediatamente, o enriquecimento ilícito, perseguindo, confiscando e punindo os biltres que fizeram fortunas e adquiriram patrimónios de forma indevida e à custa do País, manipulando e aumentando preços de empreitadas públicas, desviando dinheiros segundo esquemas pretensamente "legais", sem controlo, e vivendo à tripa forra à custa dos dinheiros que deveriam servir para o progresso do país e para a assistência aos que efectivamente dela precisam;

26. Controlar a actividade bancária por forma a que, daqui a mais uns anitos, não tenhamos que estar, novamente, a pagar "outra crise";

27. Não deixar um único malfeitor de colarinho branco impune, fazendo com que paguem efectivamente pelos seus crimes, adaptando o nosso sistema de justiça a padrões civilizados, onde as escutas VALEM e os crimes não prescrevem com leis à pressa, feitas à medida;

28. Impedir os que foram ministros de virem a ser gestores de empresas que tenham beneficiado de fundos públicos ou de adjudicações decididas pelos ditos.

29. Fazer um levantamento geral e minucioso de todos os que ocuparam cargos políticos, central e local, de forma a saber qual o seu património antes e depois.

30. Pôr os Bancos a pagar impostos.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

É do carago

Figas; fotógrafo.

É DO CARAGO!

“é do carago”,
no Porto alguém disse,
ficou no discurso falado
e o resto que se lixe!

A malta é bué de fixe,
Exemplo para a nação,
Nas Antas tem campeão,
O resto que se lixe!

O pessoal é trabalhador
Onde o trabalho é capital,
À sua terra tem amor,
Ao Porto e a Portugal.

Cidade com muitas pontes,
Que a ligam a todo o lado,
A águas de muitas fontes,
E a todo mundo navegado!

“É do carago”, alguém disse,
o resto que se lixe,
só há que seguir em frente
e mostrar que é do carago
que é fenomenal
esta boa gente,
que ama sua cidade,
seu Portugal.
................xxxxxxxxxx......................
Autor: Silvino Figueiredo
(figas de saint pierre de lá-buraque)
Gondomar

REQUIEM PARA IMPRESCINDÍVEIS...




Da pátria são «salvadores»...
Julgam-se predestinados
Déspotas, ditadores,
Ao poder sempre agarrados...

Julgam-se acima da lei
E têm a justiça à trela
Monstros horríveis, bem sei,
Só querem é ... a gamela!

Quem não vergar, não ceder,
Ao seu capricho venal
Chicoteado vai ser
P'lo juiz no tribunal...

Mil verdades pode ter
E razões às toneladas
Mas condenado vai ser:
São crimes!__ pequenos nadas!

Às vezes não vale nada
Tem, por que só rouba e pilha!
Tem a imagem cultuada
Por vestais de pacotilha!

Gosta de agressões verbais
Usando as próprias TV's
Manda censurar rivais
É grande... na pequenês...

A carapuça é perfeita
Serve a muita gente boa
Tanta cabeça ela enfeita
Da Líbia... e de Lisboa!!!

rouxinol de Bernardim

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Fragrância poética

Fragrância poética

Poesia
vestir um sentimento
com roupas de fantasia
com ele fazer poema

como prenda
um poeta é quem melhor o cobre
para uma oferenda,
com papel cor-de-rosa 
para a menina
cor  azul para o menino

quem abre a prenda
ou recebe a oferenda
liberta o sentimento
que no ar fica a pairar
.....pronto a usar!
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Autor: Silvino Taveira Machado Figueiredo
(figas de saint pierre de lá-buraque)
Gondomar

domingo, 20 de fevereiro de 2011





Foram nestes...

Foi aqui;
maternidade de calos,
que nasceram,
aqui se criaram,
até que do ninho saíram,
voaram.

Foi com estes,
Irmãos d’outros,
Que me carregaram sobre o chão
E me levaram pelo mundo a turistar,
Como outros,
Seus irmaõs, me tinham levado a namorar
E também a trabalhar!

Foram estes,
Como outros,
Que comigo ficaram cambados,
E pelo dono pouco engraxados!

Mas,
Aos meus sapatos,
A todos, já gastos,
Chegou a hora de mostrar minha gratidão,
Porque me conservaram sempre agarrados ao chão
Enquanto minha cabeça sempre no ar,
Mas nunca os deixou andar de rastos!
....................xxxxxxxxxxxxx.............................
Figas de saint pierre de lá-buraque
Gondomar

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Lírios do Campo

LÍRIOS DO CAMPO

 

Um amigo me pediu
Uma  poesia positiva,
Eis a que me saiu
Vêde se da pedida:

Quando virdes alguém pedir
Não deveis lamentar,
Mas sim apenas pedir
Que vá pedindo a cantar!

Coisa baril, que se farta,
Neste país, nesta nação,
É reinar política de sucata
Tingida pela corrupção!

Muitos ganham milhões
Com brancos colarinhos,
Muitos mais nem pra excursões
Ao Portugal dos Pequeninos!

Quando virdes um corrupto
E um político corrompido,
A um chamai  bom astuto,
A outro de bom amigo!

Portugal é um banco,
C om oliveiras e loureiros a enfeitar,
São anjinhos de branco
Que nunca pecam a sacar!

E  como crítica à corrupção,
Que muito por aí há,
A expressão que se aplica
É: “Porreiro, pá”

São todas boas pessoas,
Todas pessoas  sérias,
Que nos cantam  lérias
Em fadindos de Lisboa!

E assim vive nosso povo
Neste lodo de lástima,
E apertado por este polvo
Leva suas pernas a Fátima!
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Autor: Silvino Taveira Machado Figueiredo
Gondomar
Nota: Este "poema" é anterior ao blogue

Crónica gaga

Crónica gaga

-Há bastante tempo que não vamos ao cinema, disse eu.
-Não, disse ela.
-Hoje, que não temos cá os netos, podíamos ir.
-Podíamos. A que horas?-
-Talvez às da sete. Disse eu
-Mas que filme vamos ver?
-Um dos nomeados para os Oscars
-Qual? Não vou sem saber o que vou ver?
-Pronto. Sobrou para mim! Tenho que me armar em crítico de cinema e escolher o filme para a menina!
-Eu tenho que ter uma ideia. Não achas? Perguntou ela
-Tá bem. Eu faço uma pesquisa na Net
-Vê o que dizem sobre o Discurso do Rei. Ouvi falar muito bem dele.

Depois de analizar os guiões dos filmes nomeados, passei à explanação sintética.

-Olha, o Discurso, é sobre um princípe que era gago, mas graças a um terapeuta de fala, com métodos pouco ortodoxos, tipo Hugo Chavez, ficou falar como o Sócrates a vender o Magalhâes. O filme Indomável é uma cabóiada sobre  a caça a um bandido, que matou o pai duma criança de 14 anos. Esta pediu a ajuda a um sherife zarolho e amigo dos copos! Pelo meio mete um Texas Ranger, na caçada ao bandido até território índio, a ver quem apanha o bandido primeiro. Além destes dois filmes temos o Budapeste
-Sim, esse em que entra o Nicolau Breyner. Disse ela
-Pois, nesse há gajas boas em Budapeste e no Rio de Janeiro, onde se passa  a acção, com cenas eróticas, entre amores e desamores e com divórcios à mistura.
-Deve ser interessante.
-O Discurso do Rei é um exemplo de como uma pessoa ultrapassa as suas dificuldades e tem um acentuado cunho histórico e verídico. Reforcei.
Ou então, o Indomável também deve ser engraçado pela acção e paisagens.

-Não. Há muitos tiros. Estou farta de ver morrer gente sózinha, em casa. Era o que me faltava agora ver tiros ao alvo. Mais tarde vês tu o Indomável, sózinho.

-Então? Que escolhes?
-Vamos ver e ouvir o Discurso.
-Então vamos lá,  à sessão das sete.
Fomos. Chegamos ao Parque Nascente, dirigimo-nos  às bilheteiras,
mas, para espanto nosso, estava tudo vazio!
Tudo às moscas e ninguém para nos atender!
-Ó da casa! Está cá alguém? Chamei eu. Tipo padeiro que vai a casa levar o cacete.
Lá veio uma menina, que estava sentada  na retaguarda, na zona das pipocas.
-Faz favor
-O negócio está mal. Comentei. Não está cá ninguém. Não há cinema?!
-Há. O que há é futebol! Quando tal acontece é sempre assim!
-Queria dois bilhetes, de borla, com desconto para reformados.
Um sorriso aflorou seus lábios com a minha brincadeira.
Recebeu os nove euros e lá fomos  para a sala cinco, mas, antes perguntei se éramos só nós dois.
-Não. Estão lá dois casais
-Ui! Que fartura!
Entramos na sala, e, passados dois a três minutos, começou filme, que seguiu a sua trama até ao intervalo dos seus 110 minutos de duração.
-Queres vir até lá fora? Perguntei
-Não. Fico.
-Eu vou só saber como é que está o Porto- Sevilha e volto já.
-Tá bem.
Saí. Ninguém a controlar os corredores e ninguém nas bilheteiras!
Aliás, o mesmo tinha acontecido na entrada.
Seria fácil, muito fácil, pensei eu, a malta ser assaltada e limpa dos couros!
Quando regressei, recomeçado filme, para espanto de todos,  não se percebia o diálogo entre as personagens! Parecia um disco de 45 rotações a rodar em 33. Era chinês!
Aguentámos três ou quatro minutos, na expectativa de que a anomalia fosse corrigida. Tal não acontecendo, comecei a mexer-me na cadeira e a dizer que ia reclamar.
Aí, a minha doce metada, a sempre doce e representante dos brandos costumes, pediu-me:
-Aguarda mais um pouco.
-Não. É já.

Levantei-me e foi, outra vez pelos corredores vazios, até à retaguarda das bilheteiras, onde encontrei um jovem funcionário (mais um dos descartáveis da ZON?) e disparei:
-Ó chefe. Que é que se passa com o Discurso do Rei? Realmente,  o filme é sobre um gago. Não se percebe nada dos diálogos!. Comentei ironicamente e prossegui:
-As legendas estão bem, mas o som não. Veja  lá o que se passa.
Ele, solícito, pegou no intercomunicador e debitou  blás blás para quem de direito. Passado pouco tempo, informou-que o o filme iria recomeçar desde o ínício do intervalo.
-No final vou reclamar no livro, e como indemnização quero um bilhete para a próxima sessão. Ameacei.

Quando reentrei na sala, no écran estava a palavra Intervalo.
Enquanto subia degraus até ao meu lugar esclareci  os restantes espetadores (é  assim que se escreve, de acordo com o acordo?) que o problema seria resolvido com a substituição do projecionista, que também era, estava ou teria ficado gago!
Mas,  foi um bom filme, engraçado, sobre um princípe gago e com gaga projecção!
Ma...ma...mas...eu....
qu....que.... me.. me....se...se...sentia ...ga...ga..gago...
de..de...sis..ti ..
da...da...re...recla...ma...ma...ção|
........................xxxxxxxxxxx.........................
Autor: Silvino Taveira Machado Figueiredo
(o figas de saint pierre de lá-buraque)
Gondomar

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

ÁRBITROS E TENTAÇÕES...

O melhor treinador do mundo, o special one não insulta os árbitros de forma boçal. Usa a ironia, enfim, parodia de forma inteligente . Daí esta minha poesia que pretende ser mais um «desabafo» sobre uma classe alvo de críticas pertinentes... Talvez ele se reveja neste soneto...



Árbitros e juízes são humanos
Sujeitos a frequentes tentações;
Podem lesar, causar pesados danos
Infligir perdas, danos de milhões...


Da carne, a tentação mais usual,
Do vil metal, também sempre na moda,
Em Portugal a fruta é especial
Por ela... ficam de cabeça à roda!


Em Espanha, a carne é fraca, bem sabeis,
Há muito sangue azul, sangue venoso,
A tentação do peixe é prós espertos...



Frescas douradas... é delicioso!
Vendo lagosta: olhos bem abertos!
Cada vez mais o mundo é vicioso!

Rouxinol de Bernardim

O Homem é corrupto





O HOMEM É CORRUPTO

Desde que há registo histórico, dá para perceber que as oferendas que o Homem fazia aos deuses, por ele criados, eram para aplacar suas iras ou deles obter benesses em vida, desde sacrifícios com vidas humanas, depois animais e modernamente em dinheiro, em ouro, jóias, etc.

A primitiva ignorância do Homem, sobre os fenómenos da Natureza, não o impediu de, com a sua rudimentar mas evolutiva inteligência, dar mais valor à vida e procurar prolongá-la para o Além da morte! Cedo constatou que, além da força, lisonjear os mais fortes dava mais  valias em benefício próprio!

O compreensível medo das  tempestades, vindas dos céus,  da terra,  ares e mares, levou-o à necessidade de imaginar seus autores uns seres superiroes!
Com esta convicção foi criando  figuras virtuais, a quem pedir ajuda ou clemência.
Deu em  imaginar os deuses, por si imaginados, como senhores de poderosos e invisíveis reinos a que gostaria de pertencer! Usando ardilosas manhas, nas cada vez mais sofisticadas armadilhas para a caça, logo compreendeu que era o Rei dos Animais! A sua capacidade de raciocínio levou-o  a encarar a possiblidade de haver vida para além da morte e a formatar modos de lá chegar! Era e é uma ideia que, além de apaziguar angústias transcendentais, também gerava receitas materiais aos seus promotores!

Quem estudar um pouco a evolução histórica das civilizações, vê que centenas de deuses desapareceram e deram lugar a outros! Mesmo da mesma base teológica gerou-se o Judaísmo, o Cristianismo e o Islamismo, por sua vez depois ramificados em credos vários, mortais entre si! Todavia, a ideia da transação comercial  entre o humano e o divino mantém-se, ou seja, no Cristianismo, por exemplo, por  cá dá aquela palha invoca-se o nome de Deus, da Nossa Senhora (com centenas de nomes) e de Todos os Santos!

Pede-se para o filho não ir  à tropa, para o que clube ganhe o desafio, para fique campeão, pede-se para a cura duma doença, para ficar bem no exame, para a promoção ou  ficar efectivo no emprego,  que saia o euromilhões, etc, etc.
Porém, feita a promessa, a mesma só é cumprida  se o “milagre” acontecer!  Não é uma questão de Fé, mas sim uma proposta comercial.
Se acontecer o “milagre” paga-se o serviço, e lá vão pagar aos cobradores terrenos as graças que vêm do céu o valor do contrato. Se não acontecer, por vezes vociferam contra deuses que dizem adorar!
O Homem, embora pedindo favores aos deuses do Alto,  alimenta bem quem os representa cá em baixo!
São milhões, que empancam no disco “venha a nós, venha  a nós, venha a nós”, e a prevenir, complementam com o "Perdoai-nos Senhor"

Sendo assim, se o Homem  mete cunhas a quem manda no Alto, que não vê, como é que nos devemos admirar  das cunhas douradas e da corrupção que mete na governação, cá em baixo, aqui, à mão?

Que diabo! Os governantes não são santos!
Não resistem à tentação do Diabo como resistiu Cristo!   Como estando no poder se sentem uns deuses, acedem aos rogos dos crentes para que processos saiam da câmara, para que a sucata se transforme em robalos, para que submarinos mergulhem mais fundo, para que os freeporst sejam livres, etc etc, mas todos isto com “untadas” cunhas para que os “milagres aconteçam.

Todavia, se é assim entre os graúdos, os miúdos já se contentam com o “milagre” do perdão duma multa de mau estacionamento, porque, como diz o slogan popular publicitário: “compro mais barato, porque tenho um amigo”.
Quem diz ter um amigo na Polícia diz no Tribunal, na Câmara, na Junta,  no Ministério, por aí fora!

Enfim, a seriedade do Homem não é para levar a sério. Aliás, o comércio das cunhas tem-se desenvolvido tanto que já está institucionalizada em lobbies ou em partidos.

Só falta organizar a feira das cunhas, com firmas cotadas nas bolsas!

Curioso que se o Homem, com outros convive pacificamente no comércio,, chegando ao ponto de em centros comerciais coexistirem lojas chinesas, japonesas, indianas, americanas,  africanas, europeias, etc, com  restaurantes  representando suas tradições gastronómicas,  a mesma convivência não acontece no plano religioso!

Seria interessante, nos mesmos centros existirem sinagogas, igrejas, mesquitas, templos budistas. Ver uns a rezar de joelhos, outros de cú pró ar, outros a abanar a cabeça, outros a tocar os sinos, outros a chamar os fiéis para as orações, etc..
O mesmo Deus, Pai de todos eles, gostaria de ver seus filhos a conviverem pacificamente. De admirar é que biliões  dizem que Deus  só há um, mas cada um tem o seu! Afinal, não conhecem o Pai nem este pôe ordem na família?

Concluindo. O Paraíso, embora lugar abstracto, seduz o Homem, ramificado em vários homens, de cores  e tamanhos diversos, utilizando diversos “solicitadores terrenos de coisas divinas”, pagando-lhes serviços ou metendo cunhas para lá entrar! Enquanto isso não acontece vão rezando o “Venha a Nós o Vosso Reino”! E a prevenir pedem o “Perdoai-nos Senhor”
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Autor: Silvino Taveira Machado Figueiredo
Gondomar

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Conhecem o Submarino TRIDENTE e o Submarino ARPÃO?

São dois brinquedos que foram adquiridos para os 700.000 portugueses desempregados ocuparem o seu tempo de ócio a brincarem à batalha naval!

O planeamento do assalto às finanças públicas, (a compra destes dois submarinos) começou em 25 de Novembro de 2003. Quem era então o 1º ministro deste pobre e desgraçado País? Era o sr. Durão Barroso do PSD e quem era o ministro da defesa? um senhor mais conhecido pelo Paulinho das feiras e romarias do CDS. e  a Manuela Ferreira Leite PSD era a ministra das finanças ( que fez um truque para que as contas fossem cair só em 2010) aprovaram a proposta dos alemães do consórcio GSC para o fornecimento destes brinquedos por 844 milhões de €. Portugal estava a precisar destes brinquedos como de pão para a boca!  O Paulo Portas ufana-se de ter conseguido uma descida do preço para 769,3 milhões (prescindindo de parte do equipamento proposto) que só vigoraria até 1 de Janeiro de 2004.
Mas em 21 de Abril foi encerrado o negócio já com um preço actualizado devido a uma habilidade negocial , por 821 milhões. Mas graças ao previsto no anexo 14 do referido contrato o preço já está nos 832 milhões!
Falta falar dos juros que terão de ser pagos ao consórcio bancário ( Crédit Suiss First Boston International associado ao BES)  a quem o estado português pediu o empréstimo, que numa renegociação posterior lucrou 0,25% ( São só cerca de 200 milhões € o total desta operação).
Na Alemanha decorrem processos judiciais contra altos quadros da Ferrostal em Portugal decorrem dois inquéritos no Departamento Central de Investigação e Acção Penal. Acreditam que algum tubarão é apanhado na rede? e os documentos que voaram do ministério da defesa?

A ISTO CHAMA-SE "TALENTO NATO"!

Um professor pede aos alunos que escrevam uma redacção sobre o tema:

"Se eu fosse director de uma empresa"

Todos começam a escrever excepto um...
- Menino Silvinha, porque não começa a escrever?

- Estou à espera da minha secretária.

Despedida do Padre de Boliqueime....

No jantar de despedida, depois de 25 anos de trabalho à frente da paróquia, o padre discursa:
- A primeira impressão que tive desta paróquia foi com a primeira confissão que ouvi. A pessoa confessou ter roubado um aparelho de TV, dinheiro dos seus pais, a empresa onde trabalhava, além de ter aventuras amorosas com as esposas dos amigos. Também se dedicava ao tráfico de drogas e havia transmitido uma doença venérea à própria irmã. Fiquei assustadíssimo. Com o passar do tempo, entretanto, conheci uma paróquia cheia de gente responsável, com valores, comprometida com sua fé.

Atrasado, chegou então um tal Sr Silva para prestar uma homenagem ao padre. Pediu desculpas pelo atraso e começou o discurso:

- Nunca vou esquecer o dia em que o padre chegou à nossa paróquia. Como poderia? Tive a honra de ser o primeiro a me confessar.

Seguiu-se um silêncio assustador.


MORAL DA HISTÓRIA:  Nunca se atrase.

Quando se atrasar, fique de BOCA FECHADA!

O pior inquilino do mundo


Você mora em casa de aluguer? Sente-se infeliz?
Então talvez o/a conforte saber que existem
pessoas em situação pior que a sua.

O pior inquilino é o espermatozóide.

Mora com milhões de irmãos na casa do cacete.
O apartamento é um ovo.
O prédio é um saco.
Os vizinhos da frente, uns pintelhos.
O de trás só faz merda.
E o proprietário, quando fica bravo, expulsa todo mundo.

E você ainda reclama da vida

Poema apanhado pelo clima

Eu era para fazer um poema ao tempo,
com boa métrica,
com boa rima,
mas,
infelizmente,
não fui a tempo!

Este tempo faz calor quando não deve,
chove e faz frio quando não devia,
não tem rima certa,
para poemas não serve
nem para fazer poesia,
porque o tempo foi apanhado pelo clima,
que também apanhou o poeta,
que fez esta poesia incerta!
.........xxxxxxxxxx................
Autor: Silvino Taveira Machado Figueiredo
(figas de saint pierre de lá-buraque)
Gondomar

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Entre a serra e o céu.


          Serra da Arrábida, 10 de Abril de 2009


Entre a serra e o céu
só há o alcance do olhar,
que nunca ninguém o mediu
nem o conseguiu contar!

Entre a serra e o céu
só há montes de imaginação,
entre eles,  na minha, digo eu,
há o da nossa "salvação"!

Entre a serra e o céu
há mundos por descobrir
e se lá alguém vive ou viveu.

Mas,
é neste desejo profundo
de descobrir mundos dos outros
que ignoramos nosso mundo!

Se ligássemos menos ao céu,
mas mais às  misérias da serra,
então, na minha imaginção,
digo eu,
o céu desceria à Terra!
......xxxxxxx................
Autor: Silvino Taveira Machado Figueiredo
(figas de saint pierre de lá-buraque)
Gondomar

sábado, 12 de fevereiro de 2011

O suborno do carteiro - Romance em Dó Menor


O suborno do carteiro
(Romance em dó maior)

Como alguns dos meus amigos sabem, moro num prédio com nome de santa e o dito cujo é constituído por dois blocos, o nº 1 e o nº 2, com cinco apartamentos cada rigorosamente iguais, ou mais ou menos.
Quem pôs o nome ao meu prédio, um construtor civil, ou talvez um pato bravo, para o batizar assim, não se preocupou em dar um número de polícia a cada uma das entradas. Antes, sim, pregou-lhe na cédula com o número da casa dele (231) por sinal do outro lado da rua. E quem vier atrás que feche a porta, como é típico nos patos bravos. Eu agora é que ando a correr atrás…
O nome do edifício é que ficaria a chamar-se definitivamente Edifício X, embora mutilado de um bloco, precisamente o nº 1, aquele onde moro, e com uma morada parcialmente falsa.
Digo X porque não quero denunciar aqui, num blogue de amigos, nem o nome do prédio onde moro nem o da santa, de quem, por sinal, sou devota. E, ainda por cima, bem à laia de pato bravo, o estupor do homem, ao designar os dois corpos da construção por blocos, nem sequer foi coerente com as as orientações toponímicas da rua. Começando a numeração no sentido poente nascente, a criatura trocou os números aos blocos e aquele que deveria ser o Bloco 2 é Bloco 1 e vice-versa. Fez como uma funcionária chefe de um serviço público que eu conheço. Um dia, alguém lhe pediu para ela e o seu séquito remover um ficheiro onomástico de um lado para o outro e quando o chefe do serviço requisitante foi verificar a transferência dos ficheiros constatou que os Zacarias estavam bem à frente das Anas, do lado direito, como se todos fossemos árabes. Egípcios, por exemplo!...  Coisa pouca…
Depois, no caso do prédio, os moradores é que trataram de requerer a certidão toponímica e identificar as entradas com os números, ficando assim as coisas: Bloco 2 nº 230 e Bloco 1 nº 232, a tal coisa pouca igual à história dos ficheiros…
Mas isto, digo eu, não interessa a quem quer que seja, porque nos arquivos de uma grande parte dos serviços públicos, ninguém, nem sequer os chefes, sabe muito bem o alfabeto. Então agora, com o novo acordo ortográfico, a coisa deve piorar bastante…
Já estou a ver aqui os meus amigos a coçar a cabeça e a perguntar por que estarei eu aqui, num blogue colectivo, a pendurar um rol de queixinhas e a transformar o Líricos Campus numa espécie de sucursal da DECO. Mas está bom de ver. Enquanto os meus amigos criticavam a minha ausência por mais de dois meses, andava eu às turras com dois serviços públicos, um autárquico e um central, com cartinhas de um lado para outro, a gastar o latim que devia escrever aqui com alguém que nem português sabe. Ainda por cima, agastada e sujeita a um enfarte do miocárdio.
Bom, mas antes de prosseguir com a minha saga, tenho de clarificar os meus conceitos de floricultura e, por favor, não me levem a mal!... Por que tem a nossa casinha, a que designámos por Líricos Campus, como o meu Condomínio se designou por Condomínio do Edifício Santa…., Bloco 2, Rua dos Mentecaptos, nº 231, a imagem de umas açucenas?! Foi por não haver disponíveis fotografias de lírios? Se assim foi, está bem e o ditado de quem não tem cão caça com um gato fará então aqui todo o sentido. Adiante…
Quando eu, na minha qualidade de administradora do condomínio, de facto desde sempre e de direito de vez em quando, constatei que, depois de algumas tentativas falhadas de terceiros para, junto do RNPC, sanar o que estava errado, deitei pernas ao caminho com o mesmo fito, não suspeitava o que viria por aí. Tinha como questão prévia corrigir, junto daqueles serviços, a omissão do Bloco 1 na designação do condomínio e fazer a alteração do nº 231, situado no outro lado da rua, para os 230-232.
Para o efeito, contactei telefonicamente o RNPC, que me informou quais os documentos necessários, até porque já não dispunham, ou não estariam acessíveis, os documentos iniciais que serviram de suporte ao registo inicial. E disto eu não me admirei, dado conhecer muito bem como são os arquivos dos serviços públicos… Mas adiante…
Munida do Registo da Propriedade Horizontal, onde já constava a toponímia do prédio, do Modelo 2 preenchido e de um cheque de 20 euros, que o banco me visou pela módica quantia de 31 euros, além de fotocópias de documentos pessoais, dirigi-me por escrito ao RNPC. E, tal como o exigido, mandei também um envelope retangular endereçado a mim própria, para o envio do bendito cartão corrigido dos seus males de nascimento.
Pronto!, E com isto desencadeei uma carga de trabalhos de que ainda não me livrei.
No meu número, no 232, recebo entretanto o envelope que eu enviara para me mandarem o cartãozinho, de barriga à mostra, com as tripas e tudo o que tinha dentro de fora, mal selado. De facto, o que fora enviado num subscrito com o dobro do tamanho e com os portes correctos, por especial deferência dos correios, julgo eu, vinha agora a rebentar pelas costuras e eles terão resolvido esventrar a carta para eu não pagar multa…
Obrigada CTT, façam favor de desculpar o RNPC porque eles devem desconhecer as regras de envio de correspondência, embora, como vinha lá (porque eu pus) o remetente, aquela nobre instituição deve ter ficado muitíssimo mal vista…
Em boa verdade, deram-se ao trabalho de me escrever, para o 232, uma carta onde me pediam o registo predial actualizado, o que aumentou ainda mais o volume da devolução. E, em alternativa ao predial, pediam uma certidão da câmara,  a dizer expressamente “ que o prédio inscrito no”Bloco 2 sito em tal parte nº 231 se localiza actualmente na mesma rua nºs 230-232, blocos 1 e 2”, o que eu não vi com bons olhos, pois não era caso de o prédio andar agora  de um lado para o outro.
Ora, olhando eu para o registo predial, acabadinho de chegar e sabendo que não obteria outro mais moderno, exclui liminarmente a primeira hipótese.
Todavia, considerando a alternativa da câmara igualmente inviável, peguei nas fotocópias da memória descritiva do prédio, numa certidão da autarquia que atestava a toponímia do mesmo e, juntamente com umas fotografias em que ele era visível, acabadinho de pintar por mim e por mais não sei quantos moradores, lá mandei de novo aquela treta.
Obviamente, enviei também o cheque e o resto dos papéis, escrevendo igualmente uma cartinha em que apelava à correcção, em nome do Simplex, promovendo então a segunda viagem do chequezinho a Lisboa, à capital, onde pululam as altas cabeças da nação.
Passados oito dias, ao abrir a caixa do correio, vejo de novo o segundo envelope que acompanhava a minha correspondência esventrado como o primeiro,  e qual não foi o meu espanto quando me disseram, em mais um ofício, que o prédio não era o mesmo !!!
Desta vez, a solução, diziam, era pedir à câmara para, numa certidão, dizer expressamente “que ao prédio descrito na conservatória do registo predial sob o número X foram atribuídos os Blocos 1 e 2”. Agora seria para promoverem um novo número de NIF.
Pensei logo nas chatices que ia ter quando fosse ao banco levantar dinheiro com um NIF diferente do que constava na conta. Pensei igualmente nos contratos de fornecimento da água e da luz do condomínio e na eventualidade de ter de os fazer de novo, por o RNPC não conseguir entender de maneira nenhuma que o que estava em causa era um simples erro e uma omissão, não havendo de forma alguma dois imóveis envolvidos como eles estavam apostados em construir no papel.
Bom, lá vou ter de ir à autarquia, disse com os meus botões, enquanto intimamente pensava que o Direito, nas mãos de pessoas sem bom senso, não passa de uma grande merda.
─ Não posso desistir de levar a minha avante, insisti comigo, porque eu é que estou verdadeiramente a aplicar o DIREITO. Esta gente ou não sabe, ou não quer, ou o raio que os parta.
De nada tinha adiantado o documento do registo predial, agora com a toponímica correta, onde o número era o mesmo no edifício existente e no imaginado pelos juristas de serviço no RNPC. E como a um prédio não podem ser “atribuídos” assim sem mais nem menos os dois blocos, ou dois corpos, com que ele foi construído de raiz, achei por bem emendar o português e pedir que a certidão dissesse isso mesmo. Era para fazer entender o RNPC do disparate onde eles andavam a lavrar com bois teimosos num campo de pouca erva.
Solicitei assim que o documento expressasse que aos dois blocos tinha sido atribuída a designação de bloco 1 e bloco 2 e que os mesmos se situavam na morada atestada pelo registo predial.
─ Queira Deus que não encontre pelo caminho mais ninguém destituído do bom senso necessário para resolver um problema que, devendo ser de merda, se transformou na merda de um problema, a aumentar de dia para dia com tanto papel, cada um diferente do outro. Mas, diz-me o meu dedinho adivinho que isso irá acontecer, pensei então.
Após inúmeros telefonemas, durante um mês, lá vou eu à câmara, depois de saber que havia o despacho para a minha notificação. Ou sim, ou sopas!
Como devem os meus amigos calcular, a resposta foi sopas.
Nada que não tivesse previsto. Que não, não podiam emitir uma certidão com aquele teor, porque não eram responsáveis pela atribuição das designações, bla, bla, bla, bla.
Chamei logo ali o Carmo e a Trindade e pedi que, quer viesse um ou outra, deveria fazer-se acompanhar do livro amarelo de reclamações.
Nunca vi nada mais mágico do que a cor do livro. De imediato veio uma senhora pronta para assimilar o conteúdo de um rascunho dos meus, em vias de eu o enviar para o RNPC. Enquanto isso, explicava eu que não estávamos perante uma questão material mas sim meramente formal e sem grande importância. Até porque, insistia, como é sabido, um condomínio não costuma dedicar-se a outra actividade que não seja a sua própria gestão. Quando muito, pode gerir outros condomínios e para traficar droga e fabricar moeda falsa não é preciso ainda um NIPC.
Sem abdicar da posição camarária, a jurista lá conseguiu acalmar-me. Foi com alguma habilidade que quase sanou os meus azeites, sugerindo-me uma exposição ao senhor presidente.
Confesso que, no meio disto tudo, naquela circunstância particular ( já não digo noutras,  em que parece estar enterrada até às orelhas…)  a câmara seria   a entidade menos culpada. O que me chateou solenemente foi o facto de ela reconhecer tacitamente a existência de dois blocos, saber que pelo menos a mim já me contactou por carta e com êxito, por várias vezes, num deles e estar agora a fazer-se cara por causa de uma coisa tão simples levou-me aos arames. Então dei comigo a pensar baixinho;
Do que é que esta gente tem medo agora que não tivesse tido no passado?”
Bom, mas, no meio de tudo, como eu falava em bom senso por parte dos organismos que me estavam a dar tanta dor de cabeça, eu própria tive de demonstrá-lo e recolher a esferográfica, pronta para golpear o pobre do livro como se fosse uma espada aguçada.
Disse que sim senhor, a exposição iria ser uma realidade, embora a senhora me tivesse prometido que iria resumir o meu rascunho ao senhor presidente.
Depois vim para casa e, farta de gastar latim com estes padres modernos, decidi que tinha de dar a volta ao RNPC, imbuída daquela velha máxima de que todo o burro come palha, a questão é saber dar-lha.
Assim, aparentemente, desisti. Então pedi uma 3ª via do cartão com os dados falsos que ele contém, mandei de novo o cheque dos 20 € inflacionado pelo banco ao visá-lo e todos os outros papéis, incluindo o envelope.
A regra dos oito dias, ou por aí, parece ser de ouro lá pelo RNPC porque, passado esse tempo, lá vi na caixa do correio o meu envelope, desta vez fechado, com um ofício onde depois li que poderia fazer o pedido pela Net a troco de um cheque de 14 €.
─ Estou bem arranjada, pensei eu. Como a direcção está errada, lá vai a merda do envelope para o 231 e o pato bravo, como de costume, vai extraviar o cartão e eu continuo sem poder levantar dinheiro no banco!
Todavia, restava-me ainda uma esperança. Como tive de me identificar e dar a minha morada, o nº 232, podia ser que isso desviasse a missiva com o cartão e a colocasse na minha caixinha do correio. Até porque entre mim e o RNPC já se estabelecera uma correspondência tão frequente que raiava quase a amizade. A minha residência, lá nos serviços, já devia ser tão conhecida como o grão-de-bico, se não fosse o arroz de quinze.
Bom, mas depois de tantos avanços e recuos percebi que o meu primeiro pensamento seria pura leviandade e, de raciocínio em raciocínio, cheguei à conclusão de que o mais justo, o mais certo era eu ir ter com o carteiro e suborná-lo.
Fiz isso com muita mágoa e alguma contradição. Tudo em mim dizia que se eu algum dia tivesse de enveredar pela via do suborno, nunca devia ser para obter de um terceiro uma coisa que me pertencia de facto, porque, neste caso, o direito estava tão torto ou mais do que o arrocho de um burro mirandês. Ainda com a agravante de ser um suborno incompleto. Efectivamente, nem o pobre do homem nem eu nos sentimos verdadeiramente realizados enquanto corruptos. Um porque não teve qualquer vantagem económica e, para colmatar a sua sensação de frustração, ele até apelidou o nosso trato como um acordo regido pelo bom senso que a gente da capital não tinha mostrado, enquanto ele, um pobre carteiro tinha ido tão longe. E eu sentia-me igualmente uma merda pelas mesmas razões.
Mudando um bocado de assunto, não vale a pena mexer nas açucenas. Lírios teriam mais a ver connosco, os líricos do campo. Mas não faz diferença. Afinal somos um blogue de brincar e serem umas flores ou outras a alindar a nossa casinha não faz diferença nenhuma. Talvez ainda pergunte a opinião ao carteiro cá da rua!...
Bom, passados os oitos dias da praxe e depois do meu gesto ignóbil de corruptora ativa, um dia vou encontrar na caixa do correio um envelope do RNPC, com o meu nome mas com a menção do nº 231.
Fiquei zangada, confesso, e logo aí a esperança da minha amizade com o RMPC se desvaneceu por completo. Depois de tantas cartas para cá e para lá como as cestinhas de S. Pedro da Cova, nada tinha adiantado e eu continuava na minha solidão de blogueira afastada dos meus amigos pelas circunstâncias infames que aqui vos deixo.
Foi quando decidi transformar os meus amigos na minha DECO privativa, o meu muro de lamentações e o meu pacote de lenços de papel.

Agora tenho um cartão que, para além de me deixar levantar o dinheiro do condomínio num banco, não dá para mais nada. Nem sequer me permite abrir uma conta noutro. Fartámo-nos de pagar despesas a uma entidade bancária e agora queremos ir para outra, ajudá-la a lucrar. O novo banco, depois de exigir comprovativos de morada do condomínio e NUIPC do mesmo, ao verificar que a morada das facturas da água e da luz não é aquela que está no cartão mandou-nos dar uma volta.
E eu vim para aqui, escrever, ponderar e refletir, em suma acalmar, antes de, junto de um dos ministros que agora andam nas bocas do povo, o da Justiça e o da Administração Interna, pedir a sua intervenção para o arredondamento dos bicos a este caso.
Mas talvez não seja ainda tempo. A barraca das Eleições Presidenciais e a da velhinha que esteve oito anos “enterrada” dentro de casa ainda estão demasiado frescas. O melhor, enquanto não acalmo, é dizer os palavrões que me vierem à cabeça.
A começar talvez por este:
─ Que país filho da puta, porque se disser o mesmo de certa gente vou ter problemas.