sábado, 31 de março de 2012

Estes tipos começam a meter-me medo.


Todos os sábados de manhã fico parado junto do rádio a ouvir o programa “A VIDA DOS SONS” de Ana Aranha e Iolanda Ferreira na Antena 1 da RDP, é um daqueles programas que quando se começa a ouvir nos dá pena que vá acabar.
Coisas que nunca tinha ouvido, outras que já conhecia, mantêm-me colado à telefonia até às 10 horas, os sons reproduzidos vêm dos arquivos da rádio nacional, reportam-se na maioria das vezes a períodos anteriores ao 25 de Abril de 1974, é por isso que estou com medo.
O Ministro Relvas e os seus capangas vão vender o País ao desbarato, veja-se a ação da nova empresa de avaliação de audiências, é inexperiência? Claro que não, a ideia é baixar os valores para dar a RTP aos amigos, amigos que já se impuseram obrigando a silenciar cronistas na RDP, amigalhaços da família daqueles que querem um condomínio fechado na António Maria Cardoso, se calhar porque com o termo “fechado” não se afastam das recordações que o nome hospeda.
Esta cambada que se pudesse fazia desaparecer do calendário o dia 25 de Abril, assim que puder, vai destruir tudo que lhes traga más memórias.
Resta-me uma consolação, não votei neles.

sexta-feira, 30 de março de 2012

Memórias/baús do tempo

Hoje falamos de memórias, está bem. Diz-se que a memória está guardada no sótão, mas não sei se concordo. A minha foge de mim como uma centopeia a rabear à luz do dia,  quando é expulsa debaixo de uma pedra. Às vezes penso que em vez de estar no sótão,  onde se guardam as coisas velhas, anda-me mas é debaixo dos pés, espezinhada e calejada à força de sapatilha e sapato, cada dia mais de cunha por causa da coluna. A malvada já não suporta tacões,  que me mordem como víboras mal os calço.  No sótão só lá vejo pó, papéis velhos amarelecidos pelo tempo e quando preciso da memória para fixar alguns dos verbos irregulares em inglês, ela faz-me um enorme manguito. É só, again, again and over again, mas nem assim lá  vou. Ah, como eu precisava daquela memória de outras eras, quando tinha mil e um números de telefone na cabeça, ou quando, no primeiro teatro da escola, decorei o meu papel e mais quatro de outras tantas artistas, divulgando-os na rua antes da estreia! E isso quase me valeu uma expulsão!... Digo quase porque, quando me puseram a ensaiar sozinha com a encenadora mor da casa de beatas lá do sítio, auto expulsei-me. Não suportei a humilhação,  quando tudo poderia ter sido resolvido com palavras e bom senso.
- Fecha a matraca, Rafaela, a peça tem de ser mantida em segredo para criar suspense  no auditório.
Fora isso, tenho as memórias do Desabafe Connosco, da Porta dos Talentos,  das boas conversas de papel que por lá havia, dos comentários, bons e maus, dos amigos que fiz, dos que andam por aqui, perdidos e achados. Ah, e do Cãodómino que hoje a memória de alguém ( abraço,  Mata...julgo), trouxe à minha memória.
Curiosamente, um dia destes, veio-me à ideia uma oferta de edição de um livro.... Não sei o que então disse, talvez tenha simplesmente agradecido e esquecido o assunto,  por não ser ainda tempo do prelo para o meu Plágio do Livro Roubado. Todavia, acho que chegou a hora de editar, num único, os dez mil exemplares a que o mesmo deveria ter direito depois de tanta javardice.... E, se não for pedir muito, se a oferta ainda se mantiver de pé,  por que não a revisão que se impõe? Enfim, uma vírgula a mais ali, qualquer coisa faltando, etc, etc.
E, para além disto,  é Abril, eu já não sou administradora do condomínio, graças a Deus e se o o meu sótão não me falha, com aquele baú velho onde ainda guardo umas coisinhas,  há umas memórias a comemorar este ano. Preciso de saber quando e onde, porque o porquê toda a gente sabe. Trata-se de rever os amigos que a vida colocou no nosso caminho com um simples clique  a que, de repente, alguém resolveu dar corpo e alma.

Abraços a todos, de corpo e alma, ainda com alguma memória dentro....lol

quinta-feira, 29 de março de 2012

Da NET


Um menino de 5 anos queria ganhar 100 euros e rezou a Deus durante 2 semanas.
Como nada acontecia, ele resolveu mandar uma carta para o
Todo-Poderoso com seu pedido.
Os correios receberam a carta endereçada a 'Deus-Portugal', e resolveram mandá-la para o Passos Coelho.
Passos ficou muito comovido com o pedido e resolveu mandar uma nota de
10 euros para o menino, pois achou que 100 euros era muito dinheiro
para uma criança pequena.
O miúdo recebeu os 10 euros e imediatamente notou o endereço do
remetente: Governo Português.
Pegou em papel e caneta e sentou-se para escrever uma carta de agradecimento:
- Prezado Deus: Muito obrigado por me mandar o dinheiro que pedi,
contudo, eu pediria que, na próxima vez, o Senhor mandasse direto para o
meu endereço, porque quando passa pelo Governo Português, esses filhos
da P…, ficam logo com 90% !!!

Agora é que fede



Na ânsia de roubar ainda mais os mais desfavorecidos, além de aumentar vergonhosamente as taxas moderadoras, o senhor ministro resolve verificar se quem está isento o está por direito, e não é que havia quem tivesse direito à isenção de pagamento sem usufruir dessa regalia? Mexeram na porcaria…

domingo, 25 de março de 2012

Justiça em Portugal.

Não sendo ainda considerado da terceira idade (pouco falta) estou por cá há tempo que chegue para não me admirar com qualquer coisa, há no entanto uma classe que com certa regularidade me deixa perto da boca aberta, os inventores portugueses, o País anda quase sempre a cagar e a tossir mas lá vem mais uma feira e um engenhocas português ganha uma medalha de ouro, conclusão, imaginação nós temos, não sabemos é usá-la, para o bem.
Estamos agora a experimentar um novo modelo de democracia onde os juízes se atravessam na política, pode até resultar, que não parece bem, não parece, dá até ideia que o atual governo está, por qualquer razão, refém da associação sindical de juízes, e o Marinho Pinto está calado, que se passará?
Bom, vou assistir a mais um bocado do congresso anti-Sócrates, e esperar que os lampiões se espalhem mais logo.
Boa semana.

quarta-feira, 21 de março de 2012

Primavera

PRIMAVERA Hoje, eis a Primavera; A Natureza em jardim! Num canteiro de quimera Espero uma flor em mim. Belas flores nos jardins Exalam perfumes nos ares, E amores, como querubins, Passeiam sonhos, aos pares. Em nós sempre uma Primavera, Nem sempre a que queremos Desde que ao mundo viemos Mas, na Primavera florida, Com ela nos alegremos E sejamos flores na vida! ……………..xxxxxxxxxxx……….. Autor: Silvino Figueiredo Gondomar

sábado, 17 de março de 2012

I love you - vou comer a minha sopa

Olá, pessoal. Com as cruzes a ficarem suásticas, os bicos de papagaio a escarafuncharem-me as costas e mais umas maleitas genéricas, aqui estou eu, sábado, 17 de Março de 2012 (caramba, quase me esquecia que o ano é bissexto) para umas pequenas novas. Pois bem, ainda vivo no mesmo sítio, acabei de fazer uma sopa de espigos deliciosa, que rima com preguiçosa, e vamos ver se ainda sei postar sem ter de abrir o manual de instruções. De manhã choveu um pouquito e, por entre uma nesga de sol, fui à Barra tomar café. Mas, antes, passei pela minha hortaliceira, onde comprei, além dos espigos, uns verdinhos grelos, uma alface, cebolas e batata-doce. Não paguei logo, estava sem dinheiro, ou melhor, só tinha cinco euros. Mas, com crédito de 14 anos de fidelidade, não foi problema fiarem-me a hortaliça. Só quando cheguei a casa reparei que me tinha esquecido dos alhos. Para a Mulher Lua não seria problema mas, para mim, estar sem alhos em casa representa uma pequena tragédia. De seguida fui à fruta. Comprei as pêras e as maças do costume, as de aviário, e mais umas bananas. Paguei-as com os meus miseráveis cinco euros, recebi um pequenito troco, fui ao peixe… O meu peixeirinho e o seu staff estavam assoberbados com trabalho. Foi enquanto me amanhavam a dourada, as lulas e a pescada que foi à esplanada cor-de-rosa, onde, não fosse a prontidão do empregado em limpar a cadeira, quase molharia as calças vermelhas, com os restos de chuva ainda persistentes na cadeira metálica. Não sem antes ter ido à parede enriquecer o meu porta-moedas com quarenta euros para pagar os recentes calos, não fossem eles ficar duros. Também fui à farmácia comprar uma nova pílula de sobrevivência reumatóidica. É para o que está, caruncho, caruncho e caruncho. Já com o fumo de um cigarrito nos pulmões, fui então levantar o peixe e fui à melhor padaria de broa cá do sítio comprar uma, ainda quente e a fazer crescer água na boca. Já em casa, dei-me conta de que, hoje em dia, trabalhar sentada não é só apanágio dos alentejanos. Por causa das cruzes, dos bicos de papagaio e dos outros genéricos todos, arranjei os grelos e os espigos sentados, fiz uma lavoura digna de uma galinha a debicar erva e, finalmente, cozi a pescadinha, os grelos e a batatinha doce. Por acaso, ainda havia por aqui uma cabeça de alho, quase chocha, e foi o que me valeu para aromatizar o almoço. Afinal, também não ia depois dar beijos a ninguém e, que eu saiba, como andam muitos vampiros por aí à solta, a sugar-nos o sangue, nunca se sabe se eu não tenho um aqui em casa, escondido debaixo da cama, junto com os meus sapatos e a alimentarem-se, já em desespero de causa, com o meu chulé. De resto, meus amigos, ando muito mudada. Deve ser da idade. Imaginem só que agora até vejo as novelas da TVI, à excepção dos Morangos com Açúcar e de uma transmitida imediatamente antes daquela do Mundão Viseense e da do Alentejo do tempo dos coronéis. Não digo o nome delas porque não gosto de fazer publicidade gratuita e, quanto aos morangos, é só para dizer que, hoje em dia, os que andam à venda por aí, só me sabem a transexualidade. Pelo tamanho, devem ter uma mistura de abóbora-menina ou de tomate, que eu não aprecio. De televisão não vejo mais nada. Odeio os telejornais, são deprimentes como a vida de muitas pessoas, infelizmente, por causa disso, tornei-me abstémia de notícias, embora me vão chegando ecos de algumas. Nomeadamente a da pobreza endémica do nosso PR, as chalaças dos Primeiro-ministro e seguidores. Perante todos eles, tento não me baixar muito pois, de contrário, um dia destes ainda me torno vítima de uma violação pouco ortodoxa. Hoje até queria muito estar desempregada para sentir aquela sensação maravilhosa de saber que, se quiser, posso ir ali ao Museu Santa Joana ver o que lá houver com um bilhete objecto de um belo desconto. Mas, mesmo sem bilhetes low cost, um dia destes sou bem capaz de ir por lá e levar uma cestinha de pãezinhos com fiambre ou queijo para distribuir pelos novos e cultos desempregados da região. Meus queridos amigos, este ano não dispenso uma patuscada, de preferência depois da quaresma. Se ando um ano inteiro a fazer visitas ao meu peixeirinho e a comprar-lhe carapaus e sardinhas é para, uma vez de onde em onde, me empanturrar de presunto, salpicão, bucho, etc, etc. Bom, vou acabar com a minha rotina de fim-de-semana, não vos ocupo mais o tempo e o espaço cerebral, animem-se porque a chuva, um dia, há-de voltar, mesmo ainda antes de D. Sebastião. Termino a afirmar que também eu já deixei de estar em “quarentena” pelo Sporting, sou de novo Dragão, azul, às vezes até vermelha. Mas isso é só quando estou com raiva. I love you. Vou comer a minha sopa. Rafaela Plácido Desculpem lá mas o meu novo word baralha-me toda

segunda-feira, 12 de março de 2012

Muro de lamentações em Belém!

Cavaco Silva parece o Valentim; nunca tem culpa de nada!
Já não bastava termos um Primeiro-Ministro que nos chama de piegas. Agora temos um Presidente da República queixinhas! Aliás, tique que já vem de longe quando acusava Mário Soares e Sousa Franco; Presidente do Tribunal de Contas e demais oposição como "forças de bloqueio".

Como Presidente da República, no primeiro mandato, logo se queixou de que lhe estavam a retirar poderes na questão da autonomia dos Açores. Depois, queixou-se de que a reforma não chegava para as suas despesas! Agora, vem com a treta de que Sócrates andou a esconder o jogo! Não será altura de mandar fazer um muro de lamentações em Belém para este Presidente queixinhas?

Em tempo de resolver problemas do presente e preparar Portugal para o futuro anda a perder e a fazer perder tempo com histórias do passado. Teria alguma justificação se fosse possível ter um terceiro mandato e com estas queixinhas capitalizar simpatias dos eleitores, mas assim não. Mais parece uma criança a fazer queixinhas à mamã!

Podia escrever essas queixinhas nas suas memórias, não enquanto no exercício da função presidencial. Não é digno dum chefe de Estado! Portugal, embora pequeno, merece um Presidente com outra estatura mental e intelectual!

Pessoalmente, acho que o nosso Presidente da República devia ter melhor aconselhamento psicológico. Bem sabemos que se queixa de dificuldades, mas se falar com o Ministro da Saúde; o Dr. Paulo Macedo, este sempre arranjaria  uma justificação de emergência nacional, para não termos de ouvir tantas queixinhas, que nada resolvem! Só complicam!

Ainda faltam quatro anos para Cavaco terminar o mandato. Ó valha-nos Deus.
O melhor é mandar construir o muro de lamentações em Belém. No final do mandato manda-se lavar as nódoas das queixinhas.

Se o regime fosse monárquico e Cavaco o Rei, este ficaria na história como Cavaco 1º,  "O Queixinhas"
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Autor: Silvino Taveira Machado Figueiredo
(o figas de saint Pierre de lá-buraque)

Penso eu de que...

Há particulares e empresas que subsidiam a subsistência de animais

Porque não fazer o mesmo com os que serão o futuro da nossa terra?

quinta-feira, 8 de março de 2012

João Rouxinol, o inspetor que investigou "caso Rui Pedro" alvo de processo disciplinar



"João Rouxinol depôs no julgamento do caso Rui Pedro como testemunha de defesa, tendo admitido, ao ser confrontado por Ricardo Sá Fernandes, advogado da família do jovem desaparecido, que mentiu, ao ser entrevistado por um jornal, sobre o pormenor em causa." Podiam aproveitar para poupar dinheiro, tirem a pensão ao passarão. A fazer-se justiça o Rouxinol devia ser engaiolado, há quem diga que com ele a musica nem sempre estava de acordo com as pautas, é como quem diz, as escutas, aos ouvidos dele, soavam como lhe interessava, se calhar o sinal de Felgueiras era fraco.

terça-feira, 6 de março de 2012

Sonangol, ricos mas poupadinhos.


Rico é mesmo assim, poupa onde pode.
Assim fazem os meninos filhos dos administradores da Sonangol a estudar em Portugal. Antes de eles (meninos) virem para cá os papás compram moradias e carros topo de gama, alarmes, tudo tratado, depois os meninos têm de poupar, gastam farinha dos pobres.
Assim se faz fortuna, os meninos, os pais já sabemos como fizeram.

sábado, 3 de março de 2012

Luis Marinho x Miguel Sousa Tavares


Lembras-te, Miguel?

por LUÍS MARINHO, Diretor-geral da RTP



Surpreendeu-me este teu tão oportuno "acesso de memória". Quando li o que escreveste sobre mim no último sábado, não quis acreditar.
Afinal, falavas de quê? Acusavas-me de te ter afastado da rádio, há oito anos - oito anos -, habilidosamente, porque criticavas o Governo de Santana Lopes?
E tu, que percebeste a "jogada", saíste sem barulho? Para o "implacável" e "inconformado" Miguel Sousa Tavares, é, no mínimo, estranho. Oito anos depois - oito anos - acordaste, finalmente? Confesso, portanto, que fiquei surpreendido. Mais do que surpreendido. Ofendido. Afinal, oito anos, para a nossa idade, já é obra.
Como me consideras um jornalista menor, vou ter de te explicar o que fiz para verificar os factos e, obviamente, responder-te. E provar que estás a mentir.
Primeiro passo: recorri às minhas agendas - oficiais e particulares - para verificar datas, reuniões, etc.. Segundo passo: consultei nos arquivos da rádio os alinhamentos das emissões, para ver onde se situavam as tais crónicas de que falas, tão "incómodas" para o Governo e, claro, para mim.
Pois bem: não tinhas qualquer espaço fixo para crónica. O que existia, à época, no que respeita a espaço fixo de comentário político, era o Veredicto, emitido às 08.40, cuja composição era, ao longo dos cinco dias úteis da semana: Carlos Magno, Raul Vaz, Nicolau Santos, Luís Delgado e José Manuel Fernandes.
No espaço de tempo de que falas, e até muito antes, apesar de manteres uma avença mensal fixa com a rádio - talvez irrelevante para ti, mas pesada para a rádio -, só comentavas a atualidade política a pedido dos editores dos diferentes espaços informativos.
E, vê lá tu, Miguel, o que me recordaram os que ainda lá estão: "O Miguel? Mas ele raramente atendia o telefone de manhã..."
Estavas mais ou menos disponível à noite, que, como sabes, é um péssimo horário para a rádio, em termos de audiência. A manhã, como deverias saber, é o prime time da rádio.
No ano de 2004, tenho registado na minha agenda três encontros contigo: o primeiro, dia 1 de março, em tua casa, para onde me convidaste para almoçar uma deliciosa perdiz, cozinhada por ti.
O segundo, que tenho com interrogação (eventualmente não se realizou), às 16.30 do dia 23 de setembro.
O terceiro, às 15.30 do dia 28 de setembro. Reunimo-nos no meu gabinete e convidei-te para integrar um painel de um programa de debate dos temas da semana, que queria lançar na rádio. Apenas isto. Aquilo que tu afirmas ter sido "uma conversa circular, acabando por confessar que achava que a minha crónica devia ser substituída por outro tipo de intervenção qualquer, talvez enquadrada com outros, e na qual ele iria meditar", foi apenas este convite. O programa seria o Contraditório, que arrancou no dia 22 de outubro de 2004, com um painel composto por Carlos Magno, Luís Osório e Luís Delgado e moderado por mim. O programa ainda hoje existe, moderado por João Barreiros, com Luís Delgado, Raul Vaz e Ana Sá Lopes.
Mas, Miguel, esqueci-me de que tu estás muito acima do comum dos mortais jornalistas.
Quanto à hipótese de confronto de ideias, nem pensar. A tua especialidade é, sem dúvida, falar sozinho.
Na altura, quando decidiste sair da rádio, não deixaste transparecer qualquer problema de consciência. Ias dedicar-te, com mais afinco, à escrita. Depois disso, almoçámos duas vezes: a primeira, no dia 13 de fevereiro de 2006, e a segunda, suponho que em novembro de 2007, porque tenho um registo no dia 14.
Neste último almoço, perguntei-te se encaravas a hipótese de regressares à RTP, ou num espaço de comentário ou de debate, como já tinhas protagonizada na SIC, nos anos 90. Disseste-me, na altura, que não querias sair, de imediato, da TVI, até por solidariedade com José Eduardo Moniz. Lembraste-me também de que a RTP não deveria conseguir pagar-te o que ganhavas na TVI. E assim nos despedimos. Cordialmente.
Estes são os factos, que um anónimo e irrelevante jornalista como eu registou.
A minha iniciação no jornalismo, há mais de 30 anos, na rádio e nas agências noticiosas, foi mesmo na escrita de notícias. Sei que, na esmagadora maioria dos casos, não dão notoriedade a quem as faz. Dão trabalho. Exigem rigor. Implicam ter fontes, confrontá-las. Mas são elas, as notícias, que ainda movem o mundo.
Portanto, Miguel, acusas-me de te ter silenciado na rádio pública. Porque eras incómodo. Pois bem. Silenciado já estavas, por tua exclusiva vontade. De manhã, não estavas para ninguém. Quando quis que tivesses voz num programa de debate, não aceitaste.
E assim se faz mais uma história de "silenciamento" e, porque não, de "censura". E assim continuas a fazer o teu jornalismo superior. Calculo que também entendas, por maioria de razão, que "Portugal também muito te deve".
Falas também de consciência.
Pois bem. Falemos então de consciência e, também, de coerência.
Em maio de 1991, numa entrevista à revista Kapa, quando te perguntaram "o que é hoje a RTP?", afirmaste o que passo a transcrever: "Não existe a RTP. Existe a TV do José Eduardo Moniz. Está ali para se servir, e o preço que tem a pagar é servir o poder, seja o PS que o meteu lá, não esqueçamos... seja o PSD ou outro qualquer. Este tipo de gente serve todos os regimes. Mas ele não é eterno: não pode ir mais acima porque já está no topo da empresa, é quem manda mais. Portanto, a esta hora já deve andar a namorar as privadas. E ainda vamos assistir ao cúmulo da imoralidade - que é o José Eduardo Moniz, o homem de mão, o homem que moldou a RTP à sua semelhança, depois de minar a TV pública e liquidar a sua credibilidade, sair para outro canal e passar a concorrer com a própria RTP."
Passados nove anos - nove anos -, caías nos braços desse mesmo José Eduardo Moniz, na TVI. Ataque de amnésia? Ou outros valores, bem mais altos, se levantaram?
Consciência, Miguel?
Espero que continues em paz com a tua.
A minha, garanto-te, não me pesa.

- artido do "DN" -

Muito gostava eu de assistir a um frente a frente entre estas duas biscas, de um ouvi dizer que era mentiroso, de outro que era borrachão, já não me lembro quem era o quê, esta minha cabeça...

PS: A RTP deve estar mesmo à rasca ou o Marinho já nem liga à imagem, que barba, mesmo desleixado.
A bandeira do FCP, é só para alguns não se esquecerem do golo em fora de jogo.

quinta-feira, 1 de março de 2012

o apanhado


Wolfgang Schäuble que foi apanhado, há dias, numa conversa (secreta) com o Ministro das Finanças de Portugal anda com azar, desta vez foi no Parlamento Alemão, a jogar sudoku.
Os gaijos da comunicação social não largam o homem.