segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Memória

Figas no Jornal de Notícias

Figas no Jornal de Notícias
Aquando da entrevista ao JN nos seus 120 anos.

Poder

Pensamento do Conde:
O poder não reside em quem manda mas sim em quem obedece.

Segunda-feira, 27 de Fevereiro de 2012

Memória

Memória é sótão ,
Onde guardamos lembranças
De desgraças,
De esperanças do passado1

Memória é harpa que tocamos, a solo,
Para nosso consolo!

Memória é sótão,
Aonde subimos
E paramos, absortos,
Lembrando o que no passado fizemos
Ou sentimos.

Somos o centro da tela da nossa memória,
Onde os factos vão acontecendo
E o espaço circundante preenchendo!
No final,
Na tela da nossa memória,
Em exposição,
Mostramos o que fomos:
Derrota ou glória no que somos.

Somos o centro da nossa memória,
E se noutra memória ficarmos
Será a nossa glória!
…………..xxxxxxxxxxxxxxx…………….

Autor: Silvino Taveira Machado Figueiredo

(figas de saint Pierre de lá-buraque)

Gondomar

domingo, 26 de fevereiro de 2012

Carlinhos da Sé, do Porto.



Há já uns anos se fala (muito) do lobby gay, não sei se a promoção política de Paulo Portas (que dizem ser travesso) tem a ver com o caso, sei que quando se abordava o assunto me vinha à lembrança o Carlinhos da Sé que conheci era eu miúdo.
Aquando da inauguração do monumento a Deocleciano Monteiro, o Duque da Ribeira, gracejei, “o Duque era querido pelas gentes da zona ribeirinha do Porto foi homenageado, o Carlinhos da Sé que foi o primeiro paneleiro assumido também merecia uma estatua erigida pelos seus pares que se diz terem muito poder”.
Há dias procurei no Google se haveria alguma coisa sobre a “D. Carlota”.
Foto não havia, encontrei alguns textos, no blogue “Fiel Inimigo” - http://fiel-inimigo.blogspot.com escrevia “CARMO DA ROSA”

“Não tem muito a ver com o assunto, tanto melhor, mas vejam lá que ambos (eu e o meu amigo) ainda chegamos a ver ao vivo o Carlinhos da Sé (que Deus tem) a pavonear-se na Invicta entre a rua Escura e a rua da Banharia. O leitor que conheça bem o Porto, pergunta-se imediatamente - o que andariam a fazer dois jovens de Gaia com 13 anos de idade nestas vielas do pecado? Bem, não têm nada a ver com isso…
Para os que não conhecem o Porto (é triste mas acontece a muito boa gente) aqui vai uma curta descrição do Carlinhos, a referência por mim utilizada para situar a amizade no tempo: É preciso compreender que o personagem nos anos 60 era de longe mais famoso que o Pinto da Costa, tendo sido talvez a primeira grande bichona assumida da cidade do Porto, contribuindo à sua maneira para uma maior aceitação dos homossexuais na região do Porto.
Era vendedor ambulante de sutiãs e roupa interior e vestia normalmente um avental por cima de calças de terylene pretas muito justas à sua enorme peida de hermafrodita. Gabava-se publicamente de responder torto à autoridade quando a situação assim o exigia.”


José Martins - http://comunidade.sol.pt/blogs escreveu

“O CARLINHOS DA SÉ

Algum "Maralhal" que ler esta prosa, certamente que nunca ouviu falar no " Carlinhos da Sé".
Mas os rapazes da minha idade e com menos uns 10 anitos, tenham vivido no Porto  Gaia e arredores, ouviram e conheceram a figura típica da cidade tripeira o "Carlinhos da Sé".
O Carlinhos, um maricas que se movimentava, durante o dia e noite, caminhando pelas calçadas e vielas da Sé com uma cesta no braço cuja mercadoria eram calcinhas de senhoras, coletes (chamam-lhe agora "soutiens") para segurar os peitos das mulheres; meias e atilhos para as apertar nas coxas.
O "Carlinhos da Sé", oferecia festival de riso aos transeuntes quando com eles se cruzava na Mousinho da Silveira, Largo dos Loios e Caldeireiros.
As potenciais clientes da mercadoria do Carlinhos eram as "p***s" das casas de tia que abundável pela baixa tripeira.
Havia uma onde não tinha clientes: "A Micas da Boa" logo à entrada da Rua de Camões e do lado da Alferes Malheiro. As "p***s" da "Micas-da-Boa" era para os "bem-bens" do burgo tripeiro a 100 escudos a "rodada" e um dinheirão para a época!
Não se conheceram sortidas amorosos ao "Carlinhos da Sé" ou que tenha andado de amores com algum "rufia" ou azeiteiro da Rua Escura ou da Bainharia.
Era o "Carlinhos da Sé" de calças de perna curta que lhe apertavam o traseiro de tal forma a dar-lhe a aparência de "rabo" de "matrona" nutrida e de boas carnes.”

Na internet não encontrei nenhuma foto, decidi procurar quem a tivesse e encontrei, a D. Fina da Rua Escura tinha uma que de imediato me emprestou, já que estava no terreno tentei saber mais, como se chamava realmente, a idade, se era natural do Porto, foi como se se tivesse esfumado, na junta de freguesia, nada, fui mesmo ao Bairro do Aleixo, nada, soube no entanto que a D. Mariazinha da “Casa da Mãe Preta” na Ribeira seria, às tantas, quem mais dados me poderia fornecer.
Acontece que a senhora está doente e não pude chegar à fala com ela, acabei por ficar, só, a saber que, supostamente, o Carlinhos terá morado na Rua das Aldas, junto ao Terreiro da Sé tendo-se mudado para a Rua dos Mercadores, vindo a falecer quando morava na Rua dos Canastreiro (zona do Barredo), parece que, no andar assinalado na foto.
Já que por ali andava lembrei-me de outra figura do sítio, o Esterco da Ribeira, um estivador de nome Paranhos que sendo analfabeto falava várias línguas, o Esterco ainda é vivo, mora num lar, e eu disse que falava porque pelos vistos perdeu a fala, estou a tentar arranjar mais elementos sobre ele, e a foto, claro.
PS: Antes de divulgar aqui a foto do Carlinhos da Sé tentei infrutiferamente contactar com Germano Silva de quem sou leitor, não sei se ele já escreveu sobre a figura, se terá a foto, gostava de lha dar, não consegui.

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

"Último jornal "Público" espanhol foi hoje para as bancas"(JN/on-line)


Eu ainda me lembro do tempo em que a administração do “Público” espanhol ofereceu uma pipa de massa ao Belmiro e ele recusou vender o diário português (com o mesmo título) afirmando, “enquanto eu for vivo não está à venda”.
Já sei, mas amandou pasta prá Holanda!

O tinhoso de Boliqueime está hoje e amanhã no Norte.

Está neste momento na terra dos sapateiros, S. João da Madeira a tentar tapar o buraco, Cavaco Silva fugiu de Lisboa e está a Norte para recuperar popularidade, vai levar banho de palminhas, estou certo que o Menezes e o Marco se ocuparam da encenação.

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Latidos poéticos




Na escrita do deve e haver
Entre forte e fracos,
Os fortes têm casa de poder
Os fracos são criados de quartos!

Entre senhorios e inquilinos
Há sempre as questões:
Serem os senhores uns cretinos
A imporem as condições!

Quando os fracos vão à justiça,
Buscando da moral o norte,
Depois de muita liça
Quem vence é o mais forte!

Quem senhores anda a servir
E algum poder deles toma,
Acaba por casa de poder construir
E senhor também se torna!

Os fracos reivindicam direitos
Mas os fortes impõem tortos,
Após guerras e pleitos
Milhões de fracos são mortos!

E a poesia?
Que faz a poesia na vida?


A poesia nunca governou vida
Nem governos soube governar,
A poesia é canção de fracos, ” latida”
À caravana do poder a passar!

Nunca se soube de governos de poetas!
Embora governos tenham alguns,
Mas, decretos publicados em poemas
Nunca se soube de nenhuns!

Como mera opinião,
De tudo o que na vida vi,
Tenho como conclusão:
Que quem anda a servir outros,
Deve aprender,
Rapidamente ou aos poucos,
A ser senhor de si!

Não adianta ao deus dos fracos rezar
Para ter sorte de se tornar mais forte,
Pois são os fortes que fazem o altar
Onde os fracos os vão adorar!


O fraco esquece
Que o poder não está em quem manda,
Mas sim em quem obedece,
E se não obedecer a quem manda
A roda ao contrário desanda!
Depois, novamente,
Os fracos reivindicarão direitos,
Os fortes imporão tortos!
Assim sempre será
Enquanto houver gente;
Fracos a obedecer,
Fortes a mandar,
A mandarem fazer grande altar
Para os fracos os adorar!

Eu era para falar de esperança,
Mas a esperança está em coma
E poesia não é coisa que se coma!

Por tudo que já vi,
Quem não quer ser doutros
Tem que ser senhor de si!

Quem anda sempre mandado
De mandado não é cansado!

Os fracos reivindicam direitos!
Os fortes impõem tortos!

Nunca se soube de governos de poetas!
Embora governos tenham alguns,
Mas, decretos publicados em poemas
Nunca se soube de nenhuns!

Por tudo que já vi,
Quem não quer ser doutros
Tem que ser senhor de si!

………………..xxxxxxxxxxxxx………………..
Autor: Silvino Taveira Machado Figueiredo
(o Figas de Saint Pierre de Lá-Buraque)
Gondomar

domingo, 19 de fevereiro de 2012

Homenagem (póstuma) a D. Armindo Lopes Coelho

Não gosto de padrecos nem acredito naquilo que, profissionalmente, eles representam tal qual acontece com a iurd.
A D. Armindo, que eu recordo sempre vendo-o um padre jovem a subir do seminário maior para o Terreiro da Sé, a dar um nó na batina e jogar a bola connosco num tempo em que se ia preso por jogar a bola na rua, eu devia esta homenagem.

Antes do 25 de Abril de 1974, D. Andrade substituía o exilado D. António Ferreira Gomes, por diversas vezes vi aquele que viria a ser D. Armindo bispo do Porto intrometer-se na vida quotidiana das gentes do morro da sé, era homem para ralhar em plena rua se preciso fosse, era também homem para, a pedido ou por iniciativa própria, se deslocar à esquadra a saber que tinha acontecido com este ou aquele, nunca conheci nenhuma atitude sua que fosse contra os mais fracos, se fosse preciso barafustar para as pessoas aprenderem ele não se acanhava, voltava ao seu tom normal de pessoal muito calma como se nada se tivesse passado. Quem não gostava muito dele eram as beatas, era recíproco.
Homem que mandava afastar os poderosos para deixar passar o Povo, que gostava mais que eu do Futebol Clube do Porto, de D. Armindo eu já tinha saudades antes mesmo de ele morrer.

sábado, 18 de fevereiro de 2012

Olá , mulher lua!

Bom, querida mulher lua és  um anjo e eu sou uma naba. Emprestas-me as tuas asas?! As mais leves porque se forem muito pesadas não as posso pôr às costas...

Obrigada por te lembrares do meu birthday.

Beijos
Rafa

Cavaco enoja



Eu pensava que o manhoso de Boliqueime já tinha feito tudo de mal que havia a fazer, não, como bom algarvio ele tem sempre mais uma surpresa, agora barricou-se.
Foge dos estudantes e dos jornalistas, como comandante supremo das forças armadas deixa o rasteiro Aguiar Branco tratar a tropa abaixo de cão, deixa que se insultem os funcionários públicos como fez há dias João Almeida do CDS/PP, está a ficar tolinho.
Ele nunca mais foi o mesmo desde aquele desmaio na tomada de posse do Guterres, diz-se que sempre que tem de encarar o Portas se nota raiva no olhar, começa a tomar Xanax logo de véspera, está mesmo doido de todo, não acredito que cumpra o mandato.

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Convergência

1ª Notícia - “Há uma cidade alemã a três horas de avião de Lisboa que precisa desesperadamente de trabalhadores qualificados. Numa iniciativa inédita, está a convidar portugueses a candidatarem-se aos mais de 2700 empregos que há disponíveis. Chama-se Schwabish Hall, tem 37 mil habitantes e fica a duas horas de carro de Estugarda. Para lidar com esta falta de trabalhadores qualificados, o presidente da câmara da cidade, decidiu promover uma iniciativa inédita: convidar jornalistas de países europeus com elevado desemprego (Portugal, Espanha, Itália e Grécia) para conhecerem as oportunidades de trabalho e para as divulgarem nos seus países. O Diário Económico foi o jornal português escolhido para trazer a boa nova de empregos para Portugal.

2ª Notícia - Portugal gasta cerca de 46 mil euros com a educação de um aluno dos seis aos 15 anos de idade, segundo um relatório da OCDE divulgado, esta quinta-feira, com dados do PISA de 2009, programa internacional de avaliação de alunos. O País gasta 46 mil euros por aluno dos 6 aos 15 anos.

Para os trabalhadores qualificados no desemprego e para quem procura o primeiro emprego a 1ª notícia é muito boa e pode representar a única salvação.

Para o país é a morte anunciada.

Gastar tanto dinheiro com a formação da nossa juventude e depois “oferecê-la de mão beijada” aos países industrializados para que colaborem na produção de bens de consumo, que depois acabamos por importar só conduzirá ao atrofiamento económico do país ao desnível da nossa balança comercial e ao crescimento do maldito défice.

Importar bens de consumo e exportar mão-de-obra qualificada é um autêntico disparate, que só um cego não enxerga!

E ainda há responsáveis que recomendam aos jovens desempregados para emigrarem.

Uma nota engraçada, que não posso deixar de fazer, é a esperteza de convidar jornalistas dos países indecentemente explorados, para divulgarem o seu interesse em contratar alguns dos seus desempregados. São agentes de emprego que lhe saem muito em conta!

O país está bem entregue!

Ó senhora, que disse o Cavaco para não vir há escola?

A "dança" dos treinadores.

 
 

Afinal as imagens (retiradas) do túnel de Alvalade não eram inocentes, parece no entanto que a intenção apontada por muitos, de intimidar os adversários, estaria errada, a ideia parece ser amedrontar os jogadores da casa, depreende-se da nomeação de Sá Pinto como treinador principal.
O Futebol Clube do Porto não quis ficar atrás dos lagartos e chamou Paulinho Santos, hoje ouvi dizer que se o peixeiro (Vitor Pereira) perder logo contra o Manchester City o Paulinho assume o comando da equipa A.
Se houver “ chicotada” na Luz o Orelhas irá buscar o Mozer?
Eu acho que não, os lampiões estão numa de paz e amor, eram até capazes de ir buscar o Nené e o filho(a).

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

SOPPAS

SOPPAS
Pessoas formavam uma enorme fila, na Cidade do Porto. Aproximei-me e constatei que iam por uma sopa. Na eminência de também um dia precisar, indaguei o que seria preciso fazer para ter direito a uma sopa. Disseram-me que todos os desempregados eram contemplados e que conforme ter ou não ter subsídio de desemprego determinaria se uma sopa por dia ou duas ou três por semana.
-“Mas quem é que dá?. É a Cáritas, a Cruz Vermelha, a Santa Casa, o Coração da Cidade, o Banco Alimentar,?,perguntei”
-“Não. Quem dá é a filial da SOPAS, sediada em Lisboa”.
-“Mas o que é a SOPAS?
-“É a “Sociedade Política Para  Assistência  Social”, recentemente formada por políticos, com o objectivo de demonstrar, nesta época de crise, solidariedade  para com os desempregados e outros reformados pobrezinhos.
-“Quem? Como o Cavaco?”, retorqui, galhofando. A conversa foi por ali fora e fiquei elucidado de que os deputados, sendo acusados de ganharam balúrdios, mais ministros, presidentes de câmaras, vereadores, presidentes de juntas, decidiram colmatar uma grave falha de ausência visível de solidariedade para com os portugueses mais desgraçados. Assim, embora não abdicando de ganhar ao nível da média europeia, acharam que esta seria a melhor maneira de ajudar a matar a fome. Disseram-me que cada deputado, sócio da SOPAS, dava cem euros por mês e que cada câmara contribuía, em média, com mil euros. Mais: que os antigos políticos, agora gestores das empresas públicas, são às os que, num gesto de como gratidão, os que mais dão!
Todo somado, a SOPAS arranjava dinheiro para perto de um milhão de sopas!
De repente, vi Cavaco na fila! Estremeci e acordei. Não foi por o ter visto na fila, mas sim porque me revoltei por ele ter emprego e dizer que mal ganhava para as despesas. Ainda precisava de estar na fila?
Afinal, tinha sido um sonho, mas aquela ideia da SOPPAS ( Sociedade Política Para Assistência Social) não seria mal lembrado, não senhor. Além do mais, os nossos políticos mostrariam  a sua solidariedade, como de costume. Se não começaram mais cedo foi porque eu não tinha sonhado com a SOPPAS! Mas, nunca é tarde.
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Autor: Silvino Taveira Machado Figueiredo
Gondomar

S.C.P.

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Toca a marchar!

Confortavelmente sentado na poltrona da sua salinha de estar, Polidoro, ouvia atentamente o noticiário das 20 horas. Tinha que entregar no jornal a crónica para o dia seguinte e ainda não lhe surgira assunto relevante que merecesse ser comentado. Já se tinha posto em pé, várias vezes, percorria o corredor de uma ponta a outra, entrava na cozinha, abria o frigo, metia mais uma pedra de gelo no copo e fitava preocupado o gargalo da garrafa empinada onde as últimas gotas do precioso líquido dourado se escoava amarguradamente. Voltou para a sala e voltou a acomodar-se frente ao televisor. - Parece que chegou o dia de usar o meu último trunfo - pensou ele em voz alta. Tem-no ciosamente guardado para o dia em que não encontre pessoa ou coisa para criticar. Nesse dia dirá mal de si mesmo. Até já engendrou a estrutura. - Alto lá! Eureka! Tinha aparecido no ecrã um dirigente duma associação de militares queixando-se da falta de sensibilidade e desconsideração de que os militares têm vindo a ser alvo, nos últimos anos. - Olha, olha! Cá está, como não me lembrei disto há mais tempo? Agarra imediatamente no bloco de papel quadriculado e na lapiseira que lhe foi oferecida quando era secretário de estado da cultura por um grupo de teatro como reconhecimento pelo trabalho desenvolvido em prol desta forma de arte, e desata a escrever furiosamente, como só ele sabe. É um autêntico bulldozer! As Forças Armadas devem ser “uma força essencialmente obediente como em toda a parte o Estado a obrigou a ser”. Não faz nenhum sentido mandar “missões de paz” para a Bósnia, Kosovo e Afeganistão. (Porquê as aspas?) As associações de militares são corporativistas. Os militares devem ficar dentro dos quartéis. Os militares não devem reivindicar dado que o passo seguinte é a política. Os militares devem ser apolíticos. Votam no sacristão da paróquia. As Forças Armadas só devem ter privilégios em tempo de guerra. Próteses e funerais participados a 50%. As associações são verdadeiros sindicatos. Só lhes falta fazer greves, pois já houve quartéis ocupados por revoltosos, o desprezo pela cadeia hierárquica é frequente, a desobediência às ordens fazem parte do dia a dia e, da assiduidade e da pontualidade nem se fala. Os militares devem estar mudos e quedos. Mesmo que lhes seja aconselhado procurarem outra profissão. Escreveu e mandou para o jornal. A empregada foi entregar em mão, pois tem horror aos pc’s, às net´s e aos emails. Prefere as enciclopédias. No fim de semana que vem vai a Constância visitar o Camões. Vai meter-lhe uma cunha para que lhe ceda alguma da sua verve. A.M.

A vingança dos retornados



Quando se fala em lobby fica toda a gente de pé atrás pois o gay anda sempre para aí aos saltos, eu penso logo no ministro Paulo Portas e no artigo escrito (quando "estourou" o processo Casa Pia) num jornal francês, parece que o senhor da Moderna e dos submarinos gosta de se travestir quando anda no engate.




Eu andei anos a chamar a atenção das pessoas para os retornados, pois bem, aí estão eles, lobby?

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Que o pariu.



Dei-me hoje conta que começo os dias, excepto sábados e domingos, com um palavrão, p... que o pariu, destinatário? O despertador.
Levanto-me, tomo um café na confeitaria e lá vão 5 cêntimos a mais que o mês passado, que é que se me assoma ao pensamento? Pois!
Passo os olhos pelos jornais e leio que o nosso Primeiro disse que devemos ser “menos piegas”, que nós “não somos a Grécia”, ponho-me a pensar, pois não, não somos mesmo, o ordenado mínimo deles são 751 euros e têm 15º mês, adivinhem que é que digo baixinho pensando em Pedro Passos Coelho.

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

O poeta que admiro e o homem que detesto

lamento para a língua portuguesa

não és mais do que as outras, mas és nossa,
e crescemos em ti. nem se imagina
que alguma vez uma outra língua possa
pôr-te incolor, ou inodora, insossa,
ser remédio brutal, mera aspirina,
ou tirar-nos de vez de alguma fossa,
ou dar-nos vida nova e repentina.
mas é o teu país que te destroça,
o teu próprio país quer-te esquecer
e a sua condição te contamina
e no seu dia-a-dia te assassina.
mostras por ti o que lhe vais fazer:
vai-se por cá mingando e desistindo,
e desde ti nos deitas a perder
e fazes com que fuja o teu poder
enquanto o mundo vai de nós fugindo:
ruiu a casa que és do nosso ser
e este anda por isso desavindo
connosco, no sentir e no entender,
mas sem que a desavença nos importe
nós já falamos nem sequer fingindo
que só ruínas vamos repetindo.
talvez seja o processo ou o desnorte
que mostra como é realidade
a relação da língua com a morte,
o nó que faz com ela e que entrecorte
a corrente da vida na cidade.
mais valia que fossem de outra sorte
em cada um a força da vontade
e tão filosofais melancolias
nessa escusada busca da verdade,
e que a ti nos prendesse melhor grade.
bem que ao longo do tempo ensurdecias,
nublando-se entre nós os teus cristais,
e entre gentes remotas descobrias
o que não eram notas tropicais
mas coisas tuas que não tinhas mais,
perdidas no enredar das nossas vias
por desvairados, lúgubres sinais,
mísera sorte, estranha condição,
mas cá e lá do que eras tu te esvais,
por ser combate de armas desiguais.
matam-te a casa, a escola, a profissão,
a técnica, a ciência, a propaganda,
o discurso político, a paixão
de estranhas novidades, a ciranda
de violência alvar que não abranda
entre rádios, jornais, televisão.
e toda a gente o diz, mesmo essa que anda
por tal degradação tão mais feliz
que o repete por luxo e não comanda,
com o bafo de hienas dos covis,
mais que uma vela vã nos ventos panda
cheia do podre cheiro a que tresanda.
foste memória, música e matriz
de um áspero combate: apreender
e dominar o mundo e as mais subtis
equações em que é igual a xis
qualquer das dimensões do conhecer,
dizer de amor e morte, e a quem quis
e soube utilizar-te, do viver,
do mais simples viver quotidiano,
de ilusões e silêncios, desengano,
sombras e luz, risadas e prazer
e dor e sofrimento, e de ano a ano,
passarem aves, ceifas, estações,
o trabalho, o sossego, o tempo insano
do sobressalto a vir a todo o pano,
e bonanças também e tais razões
que no mundo costumam suceder
e deslumbram na só variedade
de seu modo, lugar e qualidade,
e coisas certas, inexactidões,
venturas, infortúnios, cativeiros,
e paisagens e luas e monções,
e os caminhos da terra a percorrer,
e arados, atrelagens e veleiros,
pedacinhos de conchas, verde jade,
doces luminescências e luzeiros,
que podias dizer e desdizer
no teu corpo de tempo e liberdade.
agora que és refugo e cicatriz
esperança nenhuma hás-de manter:
o teu próprio domínio foi proscrito,
laje de lousa gasta em que algum giz
se esborratou informe em borrões vis.
de assim acontecer, ficou-te o mito
de haver milhões que te uivam triunfantes
na raiva e na oração, no amor, no grito
de desespero, mas foi noutro atrito
que tu partiste até as próprias jantes
nos estradões da história: estava escrito
que iam desconjuntar-te os teus falantes
na terra em que nasceste, eu acredito
que te fizeram avaria grossa.
não rodarás nas rotas como dantes,
quer murmures, escrevas, fales, cantes,
mas apesar de tudo ainda és nossa,
e crescemos em ti. nem imaginas
que alguma vez uma outra língua possa
pôr-te incolor, ou inodora, insossa,
ser remédio brutal, vãs aspirinas,
ou tirar-nos de vez de alguma fossa,
ou dar-nos vidas novas repentinas.
enredada em vilezas, ódios, troça,
no teu próprio país te contaminas
e é dele essa miséria que te roça.
mas com o que te resta me iluminas.

Vasco Graça Moura, in "Antologia dos Sessenta Anos"

Só gostava de saber o que leva um ser humano, sensível como qualquer poeta, a fazer uma cruzada medieval contra o acordo ortográfico. No texto que reproduzo só três palavras seriam modificadas para corresponder ao referido acordo: dia a dia; hás de; inexatidões.
Não me parece suficiente para tamanha indignação, que estou em crer não teria paralelo com a indignação de Camões se, acordando hoje, visse como tinha evoluído a nossa língua.
De resto, pode Graça Moura boicotar todas as modificações que uma língua viva exige para sobreviver (olha o latinório), que depois de morto, os seus versos e ensaios serão reescritos, sem se desvalorizarem, com a ortografia que outros acordos, como no passado, com mais ou menos dificuldades foram estabelecidos.
Por último, ainda gostaria de saber o que acontecerá a um funcionário do CCB que conhecedor do acordo e de forma automática emita um qualquer documento segundo as novas regras.
Será que vai mandar instalar um programa informático que reponha as formas antigas?
O funcionário será despedido por desobediência?
Será que o político abafou o poeta?
A.M.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Bocas foleiras


Marcelo Rebelo de Sousa, o ovelha para os amigos, até diz algumas acertadas, o Povão escuta-o, o Júlio ganha umas massas, e os PSDs (sobretudo os cavacões) tremem ao domingo à noite. Todos sabem que o seu grande sonho é chegar a Belém, chegará? Creio que não, e não porque está a ficar reagente como o tinhoso de Boliqueime. Há dias "arrotou" que Carvalho da Silva, com o discurso de despedida da CGTP, estaria a atravessar-se-lhe no caminho na corrida presidencial, desvalorizou tal facto declarando que o ex-líder da maior central sindical portuguesa só teria chances se a eleição se realizasse agora, como quem diz, quando forem as eleições já ninguém se lembra dele, esqueceu-se da técnica que usou Cavaco? Marcelo vai de banhada em banhada, nem a que levou no Tejo poluído para televisão ver lhe valeu de nada, no PSD foi o que se viu, nas presidenciais será o que se verá, mais um encharcado.
Ontem, o Conde de Celorico, a propósito da ameaça dos dadores de sangue por causa das taxas moderadoras, excedeu-se, está a ficar como o esganiçado do bolo-rei, um dia destes também vai mandar alguém dizer que tem escutas instaladas, vão aparecer uns barulhos no youtube rotulados de "o Marcelo e o namorado", vai ser ele a dar o mote para lhe descobrirem a careca.
Vai-se gastar uma pipa de massa em monitores, estes gajos não podem andar à rédea-solta.

domingo, 5 de fevereiro de 2012

Pode-se sentir vergonha por interposição?

Eu acho que sim. Os emigrantes portugueses afirmam com muita frequência que têm vergonha de Portugal, lá terão as razões deles, eu também começo a ter porque o meu país elege governante uma coisa como o Marco António Costa. Só me resta uma consolação, aqueles que conhecem a peça melhor que eu e que o ajudaram a chegar onde chegou não têm vergonha, têm no entanto consciência que ajudaram um mafioso.

Nazis

Aniversário de Hitler obriga a alterar estreia de ópera

"A Ópera de Berlim queria estrear a obra de Wagner, Rienzi, na data de aniversário de Adolf Hitler, mas um coro de protestos na alemanha levou à alteração da data. " (DN)
Terá o resto do mundo de se unir para voltar a destruir a Alemanha?

sábado, 4 de fevereiro de 2012

O chorão já dá entrevistas no Porto.


Luís Filipe Menezes vai deixar, porque a lei não permite a sua reeleição, a Câmara de Gaia, anda há muito a fazer-se à do Porto.
Não se comove quando lixa os gaienses, no entanto parecia uma menina a chorar quando levou um pontapé no traseiro e caiu da liderança do PSD.
Está a borrifar-se para o investimento de Ovar, concelho de onde é natural, nas festividades do carnaval para apoiar o Governo, primeiro porque com tanta graxa espera ver o PSD apoiá-lo à câmara do Porto, segundo porque tem que garantir o tacho ao filhinho, terceiro, para se mostrar preocupado com a situação económica do País, logo ele que deixa a autarquia gaiense enterrada em dívidas.
Pressinto que vai dar com os burros na água, porque, quando se candidatar ao Porto o líder do PSD já será o Rui Rio, e depois o Porto não é Gaia, não vai à bola com chorões.

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Bom exemplo de governação!


No dia 24 coloquei aqui este “boneco” em que Vasco informa Mega de que o acordo ortográfico não vai ser aplicado nos documentos do CCB.

Hoje, dia 3 de Fevereiro, fico a saber, que Vasco deu ordem para o acordo ortográfico não ser aplicado no CCB e mandou retirar os programas informáticos, que permitiam fazer a respectiva correcção, mandados instalar por Mega.

Como nunca nos cruzámos em lado nenhum e não possuía nenhuma informação privilegiada, seria lógico que eu admitisse possuir poderes de cartomante, qual professor Karamba. Se não o admiti foi porque a atitude que agora tomou era previsibilíssima a partir do momento em que foi nomeado para aquele lugar. Agora, sabendo também, que alguns deputados do PSD, que integram o grupo Acordo Ortográfico repudiado e em crise, já pressionam o executivo para que não se coíba de o suspender, sou levado a suspeitar que esta marosca foi miseravelmente planeada.

Começo a sentir vergonha de ser português.

Depois do ministro que se transporta de moto para o seu trabalho, do “desengravatamento” dos funcionários de outro ministério para poupar na electricidade (será que no inverno podem ocupar os seus lugares de cachecol e sobretudo?), sai agora a suspensão do acordo ortográfico. Vai dar uma enorme contribuição para redução do nosso défice.

Vou enviar um e-mail para a Academia Brasileira de Letras a informá-los que podem voltar a colocar um “chapeuzinho” em voo e enjoo.

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Ameaças? Outra vez?

Quando o Pedro nasceu já eu cumpria o serviço militar. Quando me enviaram para o Ultramar ainda ele fazia xixi na cama. Quando os sargentos em 1968 intentaram um movimento reivindicativo por melhores salários, entrava ele no liceu, possivelmente ainda de calções. Quando se deu o 25 de Abril tinha 17 anos, já se julgava um homem, despontava-lhe a barba e começava a deitar o olho às moçoilas. Quando terminou o curso de direito, já brincava aos políticos na JSD. Depois… logo a seguir, montou um consultório de advogados onde militam hoje mais de 30 colaboradores entre sócios, colaboradores, estagiários e administrativos que a preços módicos se encarregam de resolver problemas em todas as áreas do direito, como por exemplo, o civil, o fiscal, o comercial, o penal, o desportivo e até o do trabalho. Entretanto, não descurou a sua carreira política e à força de uma inteligência fora do vulgar, muita abnegação e amor à pátria, chegou um dia a ministro da justiça do XVI governo constitucional. Agora é ministro da defesa do XIX. E é nessa qualidade que imitando, o chefe do governo que sugeriu (?) aos jovens para emigrar diz aos militares para mudarem de profissão se não sentem vocação, dado que, segundo a sua própria opinião, a vocação proíbe o protesto. O “não está bem, mude-se” é uma expressão imperativa que um chefe nunca deve dirigir a um subordinado, dado que o sentimento de injustiça desse subordinado pode ser extensivo à maioria deles e, nesse caso, seria mais fácil o Pedro dedicar-se exclusivamente ao seu consultório de advogados. Mutatis mutandis, como diria o saudoso Professor Frescata!
Nota: Foto do Professor Frescata