Quando o Pedro nasceu já eu cumpria o serviço militar. Quando me enviaram para o Ultramar ainda ele fazia xixi na cama.
Quando os sargentos em 1968 intentaram um movimento reivindicativo por melhores salários, entrava ele no liceu, possivelmente ainda de calções.
Quando se deu o 25 de Abril tinha 17 anos, já se julgava um homem, despontava-lhe a barba e começava a deitar o olho às moçoilas.
Quando terminou o curso de direito, já brincava aos políticos na JSD.
Depois… logo a seguir, montou um consultório de advogados onde militam hoje mais de 30 colaboradores entre sócios, colaboradores, estagiários e administrativos que a preços módicos se encarregam de resolver problemas em todas as áreas do direito, como por exemplo, o civil, o fiscal, o comercial, o penal, o desportivo e até o do trabalho.
Entretanto, não descurou a sua carreira política e à força de uma inteligência fora do vulgar, muita abnegação e amor à pátria, chegou um dia a ministro da justiça do XVI governo constitucional.
Agora é ministro da defesa do XIX.
E é nessa qualidade que imitando, o chefe do governo que sugeriu (?) aos jovens para emigrar diz aos militares para mudarem de profissão se não sentem vocação, dado que, segundo a sua própria opinião, a vocação proíbe o protesto.
O “não está bem, mude-se” é uma expressão imperativa que um chefe nunca deve dirigir a um subordinado, dado que o sentimento de injustiça desse subordinado pode ser extensivo à maioria deles e, nesse caso, seria mais fácil o Pedro dedicar-se exclusivamente ao seu consultório de advogados.
Mutatis mutandis, como diria o saudoso Professor Frescata!
Nota: Foto do Professor Frescata
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