segunda-feira, 21 de março de 2011

«Odisseia ao entardecer...» a operação que há-de vir...


Ele convocara os dois líderes a S. Bento. A campanha eleitoral decorrera com inusitada virulência, a crispação atingira níveis nunca vistos. Acusações e mais acusações. Algumas fundamentadas, outras nem por isso. O povo, juíz supremo, decidira e estava decidido.
Ele, PR, cumpriria a sua obrigação. E assim foi. Começou por dizer:
__Há que enterrar os machados de guerra. O cachimbo da paz é preciso, a dívida subiu em espiral e agravou-se com esta campanha medonha. Os mercados refletiram o rol de acusações que cada um dos beligerantes  usou como arma de arremesso eleitoral. O país, que estava de tanga, que vivia a pão e água, ficou ainda pior. Vocês têm de dar as mãos, acabar com as crispações, devem dar uma imagem de dois remadores sorridentes e esforçados sorrindo para o timoneiro, que sou eu. É disso que o país precisa, e olha para vós como única tábua de salvação...sois a luz ao fundo do túnel.

Sócrates e Pedro Coelho sorriram. Tinha acabado o combate e o vencedor não ficara muito distante do vencido. A concorrência ficara a grande distância, como já era hábito... Cumprimentaram-se, deram um grande abraço e disseram em uníssono.
__Conte connosco, Presidente!
Este atalhou:
__Já agora, como a situação se degradou, sei que o PEC se torna cada vez mais necessário. As medidas a implementar não poderão ser iguais às do PEC 4. Há  que ter em conta a situação do doente. Uma aspirina já não surte efeito. Há que medicar forte. Dose de cavalo... senão... os mercados voltarão a chicotear-nos como tem sido hábito.

Sócrates concordou E foi mais longe:

__Agora,  a situação é diferente. Já estou arrependido de não ter reccorrido em 2010 ao FMI Andamos a ser castigados impunemente.Aceito o recurso ao FMI. O contexto aletrou-se e temos de fazer ver isso aos portugueses. O acto eleitoral teve custos diretos e indiretos altíssimos, alguém vai ter de pagar. Ninguém do estrangeiro nos irá dar de mão beijada aquilo que gastámos.
__E quanto mais depressa melhor__ripostou Pedro Passos Coelho.
Cavaco Silva piscou os olhos, como o faz  sempre, quando está nervoso e inseguro e titubeou:

__Meus amigos, eu fecho os olhos. A coisa está preta. Esqueço as declarações que Sócrates proferiu antes do combate eleitoral. Tenham juízo e portem-se bem, senão... Lembrem-se que andamos todos ao mesmo...

1 comentário:

  1. Esqueci-me de referir que isto é ficção. Eu não costumo errar muito, mas não sou infalível, admito uma margem de erro. Mas que a coisa está preta e vai ficar pior se houver eleições, isso ninguém duvide!

    rouxinol de Bernardim

    ResponderEliminar