Amuado!
Não,
Não quero escrever por escrever,
Para quê?
Tenho que ter algo para dizer,
Mas acontece que ando amuado
E da poesia afastado!
Ela não chama
Nem eu a procuro,
Ando mais entretido com a política
E com o Governo, que aturo,
E suas lérias!
Ando ocupado com a minha crítica,
Ao Primeiro-Ministro,
Que nem três meses de serviço tem,
Mas já vai de férias,
-Vejam bem-
Para recuperar!
Para fazer reflexão!
Meditação!
Porém, quem entra para uma empresa
Só passado um ano é que tem férias,
Mas o “grande patrão” não!
Com três meses de trabalho
E com o país em crise,
Lá vai ele, o Primeiro, de férias,
Para reflexão!
O que me deixa amuado com a poesia,
Sem inspiração!
Um primeiro-ministro,
Rapaz novo,
Que ainda agora começou a trabalhar
E já extenuado,
Dá razão ao Povo
Para ficar amuado,
Pois no regresso de férias,
Após a sua meditação,
Deve inventar um imposto
Para o seu gelado!
Do meu já nem eu sei do pau!
Estou amuado!
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Autor deste original:
Silvino Taveira M. Figueiredo
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