segunda-feira, 30 de abril de 2012

Meu fado


O meu fado foi ter nascido
E muito tempo viver
Caminho percorrido,
Mas perdido sem te ver!
Mas logo que te encontrei
Quase que parado fiquei!
Se consegui andar
Foi porque a ti me agarrei!
E nos caminhos, por aonde andamos,
Um ao outro encostados,
Outros pensam e nós pensamos
Que somos sempre namorados
Desde no tempo nascidos,
Apenas só descontados
Os tempos  por nós perdidos!
…………..xxxxxxxxx…………………
Autor: Silvino figueiredo
(o figas de saint pierre de lá-buraque)
Gondomar

Pensamento figariano político inteligente

Um bom poítico é aquele que usa sua inteligência
para descer ao nível da estupidez dos eleitos que o elegem!
..........xxxxxxxxx..............
Autor deste pensamento original e inédito.
Silvino Taveira Machado Figueiredo
(figas de saint pierre de lá-buraque)
Gondomar

Um livro


Um livro;
Parto dum corpo espiritual,
Que varia em peso,
Em tamanho,
Em medida,
Porém,
Pode o corpo da editora morrer,
Mas o livro continuará a viver
E vive vida mais comprida!

Os livros,
Nascem já educados,
Ninguém os educa,
Amados ou odiados
Tem folhas perenes,
Não caducas!

Quando um livro nasce,
Aquando da sua publicação,
Nele a esperança renasce
De mais humana condição!

Como educar uma criança?
Como se cria um livro?
O que penso e digo
É que ambos merecem muita atenção!

Se uma criança chora
Logo corremos para a mimar,
Os livros também tem hora
De nos fazer rir ou chorar!

Um livro!
Uma criança!
Qual a distinção?
Nenhuma.
Ambos merecem a nossa atenção,
Porque os dois podem ser
Da vida uma lição!
…….xxxxxxxxxxxx………….
Autor:Silvino Taveira Machado Figueiredo
-Figas de Saint Pierre de Lá-Buraque-
Gondomar
(Nota: Poema feito na Escola Dramática e Musical Valboense,
aquando da apresentação do livro ”Meu poema, minha vida”, de António Bastos

domingo, 29 de abril de 2012

CAMPEÕES 2010/2011/2012.



.

Missão cumprida, Mister!

.
.Viva o Futebol Clube do Porto!!!

Ele e ela – (Tags) pretexto, insistência, não!



Só atendeu o telefone por não conhecer o número. Embora ele não o tivesse descoberto se ela não lho tivesse dado, o facto é que ela só lho indicara por presumir que, depois de 30 anos em que  um Cúpido enganador lhe insuflara aquela febre de amor doentio e sem eco, já tivesse passado. 
Se ela conhecesse o número que a estava a atacar de novo, o telemóvel tocaria indefinidamente até se cansar e pensar que não estaria ninguém em casa.
Era o que dava, ela ter objectos sofisticados que não sabia manipular. Por isso nunca gravara o número, que hoje a arrancara da leitura do seu mais recente livro.
Por uma estranha carga de água, ele e ela têm uma afilhada em comum.
Lá no emprego onde se conheceram há 30 anos atrás, calhou ela ser amiga da rapariga de quem, daí a pouco, seria comadre, e ele amigo do pai da criança que, igualmente havia de ser sua afilhada.
Foi o pai a escolher primeiro o padrinho, ele. Com uma condição: o padrinho teria de escolher a madrinha. E ele escolhera-a a ela.
A mãe da criança,  mal ficou grávida, teve-a a  ela como única  pessoa  a apoiá-la naquele emprego  onde toda a gente a criticava,   por o pai da criança ser casado. Por isso, ela  aceitou logo o convite e, um dia, na igreja da terra, ele e ela  tornaram-se  nos padrinhos oficiais de Raquel.
Entretanto, 30 anos passaram desde que ele e ela se conheceram pela primeira vez lá no emprego.
Um dia, quando todos deram conta, já se tinham passado 27 anos e Raquel ia casar, convidando entretanto os padrinhos de baptismo para o casamento. Foi aí que ela lhe indicou o número do telemóvel, porque o de casa nem pensar.
Agora, volta e meia, ele telefona-lhe, como no dia em que a arrancou da leitura para a forçar a ouvir os mesmos pretextos esfarrapados do costume, a que agora acrescenta uma coisa a que ele  chama  ter saudades.
Ela, depois de lhe ter um dito frontalmente que ele apenas a convidara para madrinha de Raquel por estar convencido de que, uma vez que tinham uma afilhada em comum, ela lhe iria abrilhantar os jantares, além de lhe dizer ainda que ambos se encontravam a anos-luz um do outro, já nem se chateia com a insistência.
E vão andar assim, até ele ter a lata de a convidar para jantar ou almoçar e ela lhe dizer, em voz curta e grossa e pela milésima quinta vez:
Não!
E mais uma vez ele vai ouvir o que não gosta, depois de continuar a engendrar os mais esfarrapados pretextos para lhe pôr a vista em cima.
Francamente, senhor Presidente!

Pede V. Excelencia para que os portugueses contribuam para melhorar a imagem do país, lá fora. É um pedido legítimo. A imagem do país está pior que o chapéu de um pobre, anda pelas ruas da amargura.
Ocorre-me perguntar: que tem feito V. para melhorar essa imagem?

Sabe por que motivo  foi exonerado Santana Lopes no tempo de Jorge Sampaio? Por falta de coordenação governamental!
Pergunto por que é que Jardim, o todo poderoso líder madeirense ainda não foi «despedido»?
Aquilo que tem acontecido lá, tem provocado danos  inimagináveis na imagem do país junto dos mercados financeiros e inclusive, junto da própria União Europeia. Sonegar dados importantíssimos, de forma calculista e danosa, é um «crime» de lesa -Pátria, uma ignomínia sem limites. Tal despudor é muito mais gravoso do que as faltas leves apontadas a Santana Lopes. E, em termos de impacto sobre a credibilidade nacional, algo de muito mais pernicioso e preocupante. Que é preciso para exonerar este governante que dá uma péssima imagem do país no exterior?!
A corrupção infrene que contamina o país de norte a sul é a filoxera que vai devorando paulatinamente a vinha democrática. Que tem feito V. Excelência para a erradicar, ou pelo menos, minorar? O combate à dita cuja nunca pareceu uma das suas preocupações pois  cinge o seu discurso  fundamentalmente ao ataque à falta de produtividade em sentido lato, não esmiuçando as suas causas profundas como um bom pedagogo deveria fazer; Diz apenas que gastamos mais do que produzimos. Enfim, uma banalidade dita vezes sem conta, nunca se preocupando em ir ao cerne do problema: quem é que gasta, quais os segmentos do tecido económicofinanceiro que mais dispendiosos ficam ao Estado. Não, não é o povo que tem vencimentos chorudos ou reformas milionárias ao fim de meia dúzia de anos.
Não é o povo que manda fortunas para os paraísos fiscais, tantas vezes arrancadas ao erário público graças a evasões fiscais  escandalosas ou a empreitadas empoladas sabe-se lá como. Não é o povo que faz gastos sumptuários em carros de luxo, em mordomias mais próprias de marajás do que de governantes de um país de rastos, onde uma disciplina espartaa deveria ser um exemplo vindo de cima para servir de padrão ao resto dos agentes políticos.
Que tem feito o senhor para denunciar o laxismo de certas entidades de supervisão que fecham os olhos e fazem ouvidos de mercador aos esbulhos sacrílegos e obscenos, dando azo a depauperamento galopante do erário público e, à contrario, ao enriquecimento desmesurado de alguns traficantes de influências que, sem um resquício de pudor lavam esses ganhos avultados nos mais variegados domínios?
Que tem feito o senhor para denunciar a estrutura neoliberal que subjaz à arquitetura economicofinanceira de uma União Europeia que se está a transformar num império carregado de injustiças, onde os países ficam sob a dependência de uma banca agiota e especulativa?

Diz com demasiada frequência que não somos a Grécia. Mas deveria dizer pelo contrário que estamos a ficar muito próximos da Grécia (é uma questão de tempo, pode crer, se tiver o bom senso de analisar friamente o galopar da  nossa dívida soberana) e que não é com austeridade, tout court, que sairemos deste atoleiro medonho em que mergulhamos.

Caminhamos rumo ao abismo, a uma velocidade  acelerada,  e só uma recalendarização da dívida e/ou um perdão parcial poderão fazer inverter esta marcha inexorável.

Ninguém se iluda. Há culpas endógenas óbvias, mas também há causas exógenas,  essas são fruto da configuração neoliberal da macroestrutura europeia, que ninguém denuncia, ninguém ousa pôr em causa. Pobres de espírito...

Melhorar a imagem de Portugal é preciso, mas o exemplo de austeridade, de viver espartano, de comedimento nos gastos, tem de vir de cima. A mulher de César, além de ser honrada e séria deve também parecê-lo. Admito-o sem rebuço , posso estar enganado,  mas julgo não errar ao dizer que assim não é, pelo exemplo péssimo que vem dos governantes, dos governos regionais (sobretudo do da Madeira) e de algumas autarquias que parecem nadar no mar da prosperidade à custa dos sacrifícios de todos os portugueses.

rouxinol de Bernardim

ES.COL.A da Fontinha


O que se deve dizer muitas vezes para chegar a toda a gente é que a escola da fontinha esteve anos fechada e tornou-se um antro onde se acoitavam marginais.
Um grupo de cidadãos resolveu reconstruir, lavar, pintar e dar cultura, que aconteceu?
O senhor Rui Rio mandou despejar violentamente.
Que terá o atual presidente da autarquia portuense contra a cultura?
Mais, se odeia ( como parece) a população do Porto porque se candidatou à câmara?

sexta-feira, 27 de abril de 2012

"De Espanha nem..."

Ontem assisti a um bom jogo de futebol entre o Atlético de Bilbao e o Sporting Clube de Portugal, incerteza até ao fim, claques a puxar pelos jogadores, arbitragem que pouco influenciou o jogo, e ao fim ganhou a equipa que (na minha opinião) mais mereceu passar à final.
No fim do jogo, para fechar a jornada com chave de ouro, as claques dos dois clubes ovacionaram-se uma à outra e conviveram, foi bonito de ver.
Se o jogo acontecesse em Espanha, não acredito que as coisas se passassem da mesma forma.
A final será entre os Atlético de Bilbao e o de Madrid, é assim a modos que um confronto entre mãe e filha, soube há dias pela comunicação social que a equipa de Madrid foi criada por um grupo de bascos que vivia na capital espanhola.
Na final vou torcer pelos bascos, mesmo sendo (por razões obvias) admirador de Falcão.
Bom fim-de-semana.

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Memórias de uma telefonista



              A manhã já ia alta e o estômago estava encostado às costas do homem, que aguardava a mesa e hora do almoço para matar a fome, já quase calejada pelas horas a que se levantara, às seis da matina.
Antes, uma outra empregada, a telefonista, atendera umas dezenas de vozes, encaminhadas pela sua discrição até ao destino, imunes de uma curiosidade auditiva que uma telefonista não deve ter nunca. Era a ética profissional a determinar que tivesse a ponta dos ouvidos bem aguçada mas que, nunca por nunca, se metesse onde não era chamada e, muito menos, catasse os segredos do patrão, apesar de ele bem o merecer.
Ela lá ia pedalando na empresa desde o Verão do ano transacto, a ver se conseguia ir longe naquele primeiro emprego, que já então lhe fora tão difícil de encontrar.
Mas, pelo que lhe fora dado sentir na pele, a viagem não estava a ser nada fácil, a menos que os seus escrúpulos baixassem a guarda até uma qualquer cama onde o patrão, talvez acometido de uma espécie de acne juvenil, a queria comer a todo o custo.
Lá fora, o sol já ia alto, cúmplice das movimentações bélicas em que a força das metralhadores saíra da noite, disposta a cortar os calos de uma enraizada política de avestruz onde uma classe medrava a soldo de um império em manifesta decomposição.
Quer ao outro empregado, quer a ela, o que lhes interessava, de momento, era salvarem o mísero emprego. Só ele lhes pagava as contas e sabe Deus a quanta esgrima se obrigavam um e outro para se esquivarem às chatices. Ela da cama e o homem dos gritos do patrão que tinham em comum.
Por tantas e tantas coisas, as normas da sobrevivência tinham uma enorme força, apesar de a mulher nunca se coibir de se mostrar, como uma onça enjaulada, durante as sete horas e meia de trabalho diário por que se vendera, o nojo pelo pato bravo que lhe pagava o ordenado.
Agora, dia e ela, aquele concreto dia, com as suas coisas, alheavam-se mutuamente um do outro, por diferentes preocupações.
De um lado, eram os telefonemas de uma empresa, dos clientes e fornecedores, do outro e lá fora, ao longo do dia, a uma velocidade de cruzeiro, efectuavam-se as grandes negociações tendentes a mudar um status quo político que, eventualmente, iria libertar a telefonista e o colega do macaco que lhes tocara como entidade patronal.
Depois do adeus a Grândola, vila morena, parecia que se haveriam de suceder outras despedidas, custasse, embora, algum sangue a algumas pessoas.
Foi quando a voz de uma mulher, sem grandes hábitos de frequentar aqueles fios, se fez ouvir através deles, despoletando uma pequena ponta da coscuvilhice que há em cada telefonista.
- Armando, vem depressa para casa! Olha que houve um golpe de estado!
- E está a deitar muito sangue?

Porto, 25 de Abril de 2004

Quarta-feira, 25 de Abril de 2012

O dia 25 de Abril faz-me sempre recordar momentos formidáveis de alegria, tudo era novo, tudo tinha renascido, até os polícias (que hoje voltam a agredir impunemente/ Escola-Fontinha), até esses que por tudo e por nada arreavam no Povo se tornaram em mansos carneirinhos.
Foram tempos bons, todos conheciam toda a gente, mas, e há sempre um mas, passados poucos anos tudo regrediu, a ganância voltou a impor as regras levando-nos para onde estamos hoje.
A mim resta-me recordar os amigos com quem curti as liberdades que Abril me trouxe, conversava há dia com o Alberto Jorge (que não via há anos) e concluímos que já partiram alguns, não somos propriamente velhos, burros não somos de certeza, resta-me a esperança de poder voltar a rir alegremente porque a coisa voltou a mudar.

Recordação não póstuma

Encontrei-o por acaso. Estava a olhar para os seus companheiros todos muito alinhados na banca daquele alfarrabista quando o meu olhar se fixou nele. Peguei-lhe com muito cuidado, o mesmo que uso para todos os seus congéneres de avançada idade ou saúde periclitante e abri a capa que já ameaçava separar-se do resto do livro.
Deparei com o registo de dois donos que em determinada altura possuíram este livro. Um Pedro de Moura com data de 1935 e outro que decifro como Martins ou talvez Martinho Pereira com a data de 1940.
Será que este Pedro, que apenas tem mais um ano de idade do que eu próprio, ainda é vivo?
E o Martins ou Martinho? Será que vai celebrar o seu próximo aniversário na companhia de filhos e netos?   
Quanto ao Machado estamos conversados. Queria inteirar-me da sanidade mental de Quincas Borba. Quando eu era adolescente pareceu-me um tanto louco, mas passados tantos anos? Teria a mesma opinião?
Não tenho!
Agora, acho que todos os Quincas deste mundo deviam ser psiquiatras colaborando no internamento de pessoas que se julgam de mente sã.

A.M.

terça-feira, 24 de abril de 2012

Ditadura democrática

A coisa estáa ficar feia!A contestação à política económica do Governo vai crescendo.

Todos os dias, nos são exigidos mais sacrifícios com o argumento de
que temos que cumprir as metas estabelecidas para reduzir o défice do país. De
um modo geral a povo anónimo paga a fatura. Para acalmar as hostes, os
responsáveis aproveitam todos os ínfimos índices de recuperação que se vão
conhecendo para nos vir consolar:

 - Agora é que é! Estamos no bom
caminho! Em 2015 já devolveremos 2% dos subsídios de férias e de natal e no ano
seguinte talvez possamos subir a fasquia para os 2,5%.


O povoléu atónito, depois de ter sido ludibriado com a criação de 50
mil empregos do Sócrates, fica agora estupefacto por este governo ter criado algumas
centenas de milhares de desempregados.


Seus burros! Vigaristas! Corruptos! Incompetentes!
Traidores que se genufletem perante a barbárie saxónica! Vendem a pátria a
retalho para amarrar esta e as próximas gerações a compromissos que impedirão a
anunciada e celebrada convergência com os países do norte!


Escravos até ao fim, controlados por capatazes Miguelvasconcelistas a soldo dos donos deste mundo.
Criticar  é a liberdade que
temos… por enquanto.

Aproveitada pelo poder político para, devido a este facto único,
afirmar que se vive em democracia – a liberdade, ainda não sancionada, de se
criticar a governação.

A crítica feita aos políticos que nos têm governado, mesmo que feita
com alguma violência, banalizou-se a tal ponto que serve de almofada ao poder
para afirmar que vivemos em democracia, sempre que alguma voz se levanta contra
a espoliação de direitos adquiridos, o aumento de impostos e dos produtos de primeira
necessidade, a flexibilização dos despedimentos, a redução das indemnizações
por despedimento, o corte nos salários, o aumento das taxas moderadoras na
saúde, etc., etc.


Quando um partido político se candidata à governação do país, faz
promessas que não cumpre ou que até, pelo contrário, retira direitos ao povo,
quem lhe pede contas? E de que modo pode fazê-lo? O tipo de democracia
representativa, no qual os eleitos do povo deviam zelar pelos interesses dos
seus representados, é uma fraude! Porque não uma democracia direta?


- Ah! Isso não! Ficaria impedido de fazer aquilo em que estava a
pensar quando me candidatei mas que não podia enunciar para poder ganhar as eleições.


Temos assim que vivemos em democracia porque podemos protestar e por
vezes com alguma violência, mas vivemos em ditadura, porque somos esmagados por
medidas que nos retiram direitos ao mesmo tempo que o poder e os seus principais
apoiantes – o capital – mantêm e aumentam os seus privilégios, fazendo aumentar
a cada dia que passa o fosso entre ricos e pobres.

Ainda hoje um jovem (creio que de 16 anos) foi condenado a prisão,
embora com pena suspensa por ter pirateado 3 músicas na internet.


Tivesse ele, como alguns ricos condenados, uma empresa de advogados a trabalhar
por sua conta, e o Ministério Público ainda viria a ser responsabilizado pela atribuição
de uma indemnização aos ofendidos por danos morais e materiais.


Democracia?
É?
A.M.

Estou com os militares de Abril

A ética manda que assim se proceda, os homens da Associação 25 de Abril pré-anunciaram que iriam boicotear as comemorações do 25 DE ABRIL na Assembleia da República, estou com eles, no entanto, eu, procederia de outra forma, calava-me muito caladinho e faltava pura e simplesmente para que ficassem as cadeiras vazias.
Como procederiam Mário Soares e Manuel Alegre se a ASSOCIAÇÃO 25 DE ABRIL não divulga-se a sua intenção? Será que mais alguém, importante, vai aderir ao boicote?
Jorge Sampaio mandou dizer que não estará presente por questões de agenda, claro que não estaria presente, na agenda já dizia 25 de Abril e ele sabe muito bem que tem lugar marcado nas celebrações, sou levado a pensar (até porque Jorge Sampaio é muito inteligente) que quis dar uma das muito faladas bofetadas de luva branca, não acredito que esteja numa de querer ficar de bem com deus e o diabo, mas que deixa a ideia daqueles empregados que metem baixa em dia de greve, deixa.
Não posse deixar de me manifestar contra mais uma golfada vomitiva da besta que dá pelo nome de Abreu Amorim, diz o pulha, referindo-se aos que já disseram que não vão, que lhe faz lembrar a “brigada do reumático”, quem é este porco para adjetivar de tal forma quem tudo arriscou para que ele hoje possa abrir a cloaca livremente? Des confio que “O Baleia” (assim é conhecido Abreu Amorim) anda a esticar a corda para que lhe esmurrem as ventas, para se fazer de mártir e subir no PSD, ou então alguém lhe disse que ficava bem de colar cervical, podia ir passear à noite para debaixo do viaduto de Gonçalo Cristóvão, onde é que já ouvi isto?
Miguel Sousa Tavares, não tem aparecido e aproveita tudo, agora veio dizer que A 25 DE ABRIL “perdeu há muito a credibilidade”, já muitos lhe disseram para cortar à bebida, podia ao menos respeitar a memória do pai.
Este ano não vou ver o Mata na Assembleia, vou estar com mais atenção ao desfile.

PS: Jorge Sampaio bem me tramou, agora fico com a ideia que esperava para ver quem mais iria faltar, a agenda era tanga?
Vou esperar e ver o que vai o “cenoura” fazer, se arrear a giga continuo a gostar dele, se for para lá fazer salamaleques rogo-lhe uma praga que nunca mais acerta nos cozinhados e nunca mais a Maria José lhe faz cafuné.

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Cravos na mão, revolta no coração!

Cravos na mão, revolta no coração!

Enquanto houve dinheiros de Bruxelas,
Doutores e engenheiro; “políticos bestiais”
Criaram seus domínios e clientelas
Para gastar importados capitais

Criaram parcerias públicas e privadas,
Empresas municipais e gamelas;
Tudo coisas bem fundamentadas
No gasto do maná de Bruxelas

Agora, mão atrás e outra à frente,
Doutor coelho não quer ser fodido
E passa a vida a foder a gente

E diz que é a bem da nação
foder-nos permanentemente
Sem a nossa autorização

Vem aí o 25 de Abril;
Dia de dizer não,
Reprovar termos chegado aqui
E dizer que não vamos por aí.

O povo, sempre bem mandado,
Só terá o que merece
Se só eleger quem manda
E de mandar se esquece!

Que ponha cravos na mão
E a revolta no coração.
……….xxxxxxxxxx……………
Autor deste original inédito
Silvino Taveira Machado Figueiredo
(Figas de Saint Pierre de Lá-Buraque)
Gondomar

ALMOÇARADA EM VILA DO CONDE

No próximo dia 27 de abril, pelas 18 horas, irei fazer o lançamento do meu próximo livro. Será na Filantrópica, na Póvoa de Varzim (junto aos correios) e terá a presença do representante da Chiado Editora e de um ilustre convidado que fará a apresentação. Terei o maior gosto em convidar os ilustres «condóminos». Para o dia seguinte, dia 28, se for do agrado geral, será a almoçarada combinada em Mafra e terá como cenário Vila do Conde. Sugiro a CHURRASQUEIRA DO AVE, junto ao hospital de Vila do Conde, onde há o parque de estacionamento muito amplo __ o mercado municipal__, gratuito e praticamente deserto nesse dia. Espero que a adesão seja total. Já tenho a confirmação do Figas, do José António, seria um prazer ter também a presença sempre agradável do Noesis, do Franco, da Korujita e dos restantes «habitués» destas andanças: Filó, Des Contente, Mata e esposa (se estiver completamente recuperada).

   Quanto ao livro, é pura ficção e trata de assuntos relacionados com a nossa situação económico-financeira, dos problemas do sacerdócio, nomeadamente a leitura do evangelho segundo padrões modernos, virados para a realidade concreta e não somente para a repetição exaustiva de textos obsoletos e pouco perceptíveis para o mundo moderno. O padre Cristiano Bonfim, na pujança dos seus  vinte e cinco anos, é alvo de alguns assédios, um deles, sobretudo, protagonizado pela encantadora catequista Maria do Carmo irá fazer sorrir os leitores e as leitoras.
É óbvio que não digo agora se ele vai resistir ou não à tentação da carne. O que garanto é que vai dar luta aos caciques locais, uma extrema direita que usa jagunços e homens de mão para tentar perpetuar-se no poder; o seu combate, um bom combate, vai certamente apaixonar todos os que vêem na cidadania um prolongamento natural da evangelização. A defesa dos explorados e oprimidos é, segundo o padre Cristiano, o verdadeiro desígnio da Igreja, daí a sua postura revolucionária e contestatária ao poder local instalado e suportado pela «tribo clerical», mais idosa, que não passa de um rol de comissários políticos recebendo sinecuras e benesses de toda a ordem  e sempre fazendo genuflexões ao poder. O sucateiro Epaminondas, «investidor» político e empresário de sucesso irá lançar uma teia tenebrosa sobre o jovem padre. Conseguirá ele fugir a ela? e à tentação da carne, onde o «fruto proibido« chamado Maria do Carmo é a cereja tentadora em cima de um bolo apetitoso?

E mais não digo. Um abraço para todos deste pobre homem de Vila do Conde.

rouxinol de Bernardim








quarta-feira, 11 de abril de 2012

A corda vai rebentar

No tempo em que havia produtos tabelados, dos produtos alimentares às fazendas e das alpergatas aos medicamentos, os consumidores não estavam sujeitos às surpresas a que hoje em dia estão sujeitos, e que podem provocar colapsos fatais nos corações mais sensíveis.
Por mim, já me estou borrifando. Não porque me seja indiferente que as surpresas incidam sobre o meu rendimento familiar, mas porque gosto muito de estar vivo e, para isso, tive que inventar uma blindagem que me salvaguarde destes inopinados sobressaltos.                            Que promessas eleitorais foram cumpridas pelos partidos que se têm alternado no poder?
Porque continuam a enganar os portugueses?
Se o problema era o défice, por que razão continua ele a aumentar.
Se o PM promete não haver necessidade de mais austeridade porque lança constantemente novos ataques ao minguado bolso dos cidadãos indefesos?
Creio que o poder está convencido que a populaça (ó Pulido desculpa lá o plágio) é toda estúpida e ainda engole a promessa de que não vai haver mais impostos como se essa promessa significasse que o rendimento das famílias não iria ser agravado.
Quem ainda acredita que o novo imposto hoje lançado sobre o comércio de alimentos vai ser pago pelas empresas do ramo?
Quem impedirá que elas, perante a imposição de uma nova taxa, não aumente o preço dos produtos que fabricam e comercializam?
O falacioso argumento de que a livre concorrência beneficia o consumidor devia castigar severamente quem o alimenta e divulga.
Ora vejam lá se têm coragem de tabelar o preço do pão e das azeitonas!
A.M

domingo, 8 de abril de 2012

As pombas



É o que dá, estar fora de casa, longe das minhas coisas e do silêncio onde bebo inspiração para os meus projetos mais ambiciosos. Sinto-me mais limitada, embora esse limite seja benéfico, por vezes. Sobretudo no que não devia fazer e faço, como fumar uns cigarros quando me apetece. Aqui, onde estarei provisoriamente até terça-feira, todos são contra o tabaco e eu, incapaz, por agora, de me impor mais um período de abstinência, tenho que descer três lanços de escadas e ir até a um jardim circundante do prédio para lançar no ar umas das minha fumaradas diárias.
Acabei agora mesmo de fazer isso. E, enquanto estava lá fora, depois de passar por uma mulher que estava a jogar à bola com o filhito, parei à beira de um arbusto podado em redondo, onde quatro moscas varejeiras faziam uma pausa ao sol deste incrível dia de Páscoa. Três delas tinham uma carapaça, ou lá como se chama aquilo, esverdeada e luzidia, enquanto a última era mais acastanhada. Às tantas, eram mãe e filh(a)(o)s  a brincar,  tal e qual como os dois que eu tinha encontrado  anteriormente ao lado do prédio.
Entretanto, olhando em frente, um pouco abaixo dos prédios de quatro ou cinco andares aí existentes, vejo o jardim de infância do bairro  com o seu baloiço e pinturas de crianças  e, ao lado, observo igualmente  um pombal,  que um columbófilo cuidadoso trata diariamente com o desvelo de um pai.
De manhã, quando fui ao hipermercado comprar pão fresco, vi as pombas em bando,  falando umas com as outras na sua específica linguagem de ave sem mais nenhum limite senão o céu. Andavam soltas no ar, circundando-o, e aquela hora devia ser uma das muitas horas de liberdade que o dono lhe concede diariamente. Igualmente, não deviam andar com fome, pois pareciam contentes e felizes no seu voo do meio-dia. Não, não andavam ali à espera de uns grãos de milho ou de uns bocados de pão para comer das mãos de um transeunte qualquer cujo prazer diário consista em alimentar pombas públicas. As aves do vizinho aqui do bairro, embora isto  seja uma zona urbana de excelência, são privadas, não dependem da caridade alheia e o dono, daqui por um bocado, quando o sol começar a cair no horizonte ali para os lados da Foz do Douro, vai pegar no seu apito e chamá-las, até elas, uma a uma, regressarem ao lar para depenicarem qualquer coisa numa ceia sagrada que as deixará saciadas até amanhã.
De resto, os outros pássaros dialogavam entre si no que me parecia uma amena cavaqueira e, quando regressei, com os cigarros e o isqueiro no bolso, já depois de passar pela rapariga que antes vira a jogar à bola com o rapazinho,  estando  agora  ambos  sentados  a fazer não sei o quê, entrei no prédio e encontrei o filho da vizinha, pronto a ir passear uma cadela rafeira, a companhia dele e da mãe desde a morte do pai há seis anos.
Eu devia mesmo cheirar a cigarros, ou, então, o rapaz, da janela, viu-me a cometer o pecado das 18 horas, porque, entretanto, pede-me um. E, eu, em dia de Páscoa, talvez para não parecer forreta, dei-lhe, não um, não dois, mas sim três cigarros, como quem dá amêndoas com a firme convicção de que não estarão envenenadas. Ou, se o estiverem, cada um sabe os riscos que corre e então fica completamente por sua conta, aconteça o que acontecer.
Também não sei se as moscas já deram à sola para o seu esconderijo, agora que uma gaivota, lançando no ar o primeiro pio, indica que a noite se aproxima e que estará na hora de recolher.
E pronto, ainda é um bocadito cedo, o homem do apito ainda não mandou regressar a casa um pombal inteiro e eu, com a abstinência do tabaco cá em casa e para não estar sempre arranjar subterfúgios para responder às perguntas cuja resposta toda a gente conhece, hoje, até á presente hora, acabei por fumar talvez só uns seis cigarros.
Enfim, há limites que são nossos amigos e vamos ver se, nestes três ou quatro dias de redução forçada, a minha garganta fica outra vez capaz de emitir uma voz fina e doce como o pio de uma pomba, das muitas do pombal do vizinho que, daqui a pouco, ele chamará uma a uma, até as contar todas e lhes dizer BOA NOITE, como quem acaba de contar uma história a um bando de crianças livres e, ainda, sem minhocas na cabeça… 

Fala-se bem outras línguas em sonhos


Fala-se bem outras línguas em sonhos
Já tinha ouvido dizer que se falava bem línguas estrangeiras em sonhos. Deve ser verdade porque,  esta noite, fartei-me de falar inglês.
De repente, estou na América. Estava numa zona onde havia imensos latinos, com uma data de pessoas, entre as quais o meu pai e a minha mãe que,  coitados,  já não andam no mundo dos vivos há um par de anos. Mas, pronto, em sonhos nada é impossível e lá estávamos nós...
Lembro-me de ver uma rua íngreme, relativamente estreita, numa zona latina,  de onde saí por uma noite, não sei para fazer o quê, pois também não me lembro de dormir com ninguém...
Quando regressei,  já não havia portugueses lá, nem sequer o meu pai e a minha mãe e eu constatei que estava definitivamente sozinha, para além de começar a ser olhada de soslaio por toda aquele gente americana,  ali dos lados do México.
A razão, era, depreendi quase de imediato, por ser mais  uma candidata a emigante, por ninguém saber quem eu seria e o que tinha feito ao longo da minha vida. Além de não saber falar inglês...
Depois, dou comigo a explicar a uma rapariga de   bata branca, em inglês,  que, embora o meu país andasse quase sempre no caixote do lixo das agências  americanas, eu era alguém que passara um bom par de anos a trabalhar para a polícia,   que tinha uma razoável formação académica, além de não ser nenhuma bandida, nem nenhuma daquelas criaturas que vão para as universidades abrir fogo sobre os estudantes. 
Pronto, foi o suficiente para a rapariga me aceitar nos USA. E quando eu lhe disse, tudo em inglês bem pensado e arrancado a ferros do meu cérebro, que estava sem um único dólar, ou mesmo euros no bolso, ela respondeu-me que isso era muito positivo,  pois eu estaria, definitivamente, a quebrar com o passado... Lol
Surgida não sei de onde, sai uma portuguesa, no meio dos mexicanos todos, que nascera lá no mesmo sítio de onde I was from. Mas a mulher, quando lhe dei conta da minha situação de penúria, entrou numa loja com saída dupla e nunca mais me apareceu...
Sózinha, I spoke again in Inglish,  and said that I had a coisin in América. 
De imediato, vi que poderia muito bem  estar salva...
Bom, este foi o meu sonho de sexta para sábado, embora, de sábado para domingo, a Pobreza tivesse sido de novo protagonista dos meus dreams.  Desta vez, não tinha casa, sequer, e tudo o que eu construíra ao longo de uma vida tinha ido por água abaixo... Digam-me só: Andará a mais pobre Pobreza a rondar-me mesmo os calcanhares?!... E, além de tudo,  será caso para exorcismo???

 Reiteração de Boa Páscoa a todos

terça-feira, 3 de abril de 2012

Boa Páscoa... (Um acontecimento importante do próximo dia 14, por favor, lembrem-me)

...ia eu dizer, para todos. Ou melhor, vou vou emendar e desejar Boa Páscoa a todos nós aqui do Líricos do Campo  e ao mundo, sobretudo o português, embora saiba que,  infelizmente, há muitos que não terão dinheiro nem sequer para um saquinho de amêndoas, por mais minúsculo que seja.

Li agora algures que é na altura dos Fiéis, Natal e Páscoa, que os fantasmas andam por aí à solta, ao menos nas festividades, a solicitar uma migalhinha  de pão-de-ló para seguirem viagem  consolados em direcção à Luz. Só que eu julgo que há certos fantasmas a pairarem por aí sem rumo há largos anos, os mesmos que deixaram tanta gente sem um cêntimo para uma pequena excentricidade como comprar um saco de amêndoas no Dia de Páscoa. Assim, não direi que são os governos a deixar-nos depauperados, porque esses, desde que me conheço, são honestos e transparentes, mas, sobretudo, competentes. São sim os milhares de de fantasmas que se acoitam noite adentro nos corredores do poder e em todo o lado, brincando com os políticos e a sua clientela, desviando o dinheiro dos descamisados  e colocando-o aos milhões nos bolsos dessa gente bem intencionada que são os nossos governantes. E como tudo é feito pelas mãos do mundo invisível e sobrenatural, nunca se consegue provar nada desse poltergeist que ninguém vê actuar,  mas cujos efeitos todos nós,  os sans  cullotes,  sentimos, sobretudo quando  temos de pagar o IMI.
Não sei por que acordei hoje com vontade de falar de fantasmas. Julgo, todavia, ter sido pelo facto de um deles, um desgraçado qualquer, me ter acordado às 7h20 da manhã quando ainda tinha mais duas horas para dormir, até chegar a senhora que faz a limpeza cá da casa. E,  ainda por cima, cheia de dores de cabeça, depois de, durante a noite, nos meus pesadelos, andar em bolandas com comboios que chegam segundos antes de eu atravessar a linha onde circulam, túneis e estradas que se bifurcam confusamente e barragens mais altas do que o Monte Everest.

Finalmente, um pouco ensonada ainda  e chateada com o meu fantasma despertino, desejo boa Páscoa a todos, aos presentes e aos ausentes e a todo o mundo.
 Sempre a considerá-los

Rafaela Plácido