Mário Soares fala sobre a necessidade de crescimento económico a fim de se evitar a estagnação e a recessão, consequências naturais da austeridade. Verdade sem qualquer sombra de dúvidas. Contudo, para haver crescimento económico é necessário investimento. Este pode ser público ou privado. O público, como vemos na situação actual, em que o pagamento de juros e todos os encargos resultantes da situação herdada é quase impossível. O privado, atentos os constrangimentos provocados pela anemia bancária, em que o crédito está cada vez mais escasso, consequência do bombardeamento das agências de rating e dos buracos constatados em várias entidades (vg. BPP, BPN...), é também muito pouco viável.
Resta o investimento estrangeiro.
Será que os investidores, tendo os mercados emergentes da Ásia e até do Brasil e Angola, em franca expansão, como francamente apetecíveis, cairão na tentação de vir para Portugal, numa altura em que o vulcão grego pode gerar ainda mais ebulição e volatilidade nos mercados?
É óbvio que ninguém acredita em grande investimento estrangeiro no curto prazo.
Resta uma única solução: a própria U. E., a responsável em ultima instância por estes cenários negros poderá e deverá tomar as rédeas e libertar fundos para uma espécie de Plano Marshall conducente a uma saída deste impasse sem outra solução à vista. É preciso meter entre parêntesis os egoismos nacionalistas, é urgente dobrar a cerviz à senhora Merkell (a emergència de uma força de esquerda liderando a França pode ser o despoletar desta arrancada, se François Holand tiver pulso para isso, como é óbvio...) e voltar a fazer ouvir a voz da coesão social, da solidariedade e do impulso regenerador nesta União tão desunida, marchando a duas velocidades e sem voz de comando.
Desfez-se o dueto «MERKOZY» e ainda bem, pois é bom que uma nova canção se faça ouvir, melhorando os índices de empregabilidade e de progresso, gerando-se as «eurobonds» que poderão ser o mal menor para a saída desta situação tao constrangedora sobretudo para os países do sul, sempre com o fantasma grego a irromper no horizonte.
Crescer sim, mas com qualidade e com responsabilidade. Só a união europeia o poderá fazer neste momento.
rouxinol de Bernardim
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