Mas hoje, a casca da minha memória rompeu-se para deixar passar uma
anedota, muito curta, que o meu avô me contava. Faz parte do lote em que entram
um francês, um espanhol, um inglês e, como não podia deixar de ser, um português.
Tendo ido passear juntos pelo campo resolveram aliviar-se à sombra duma oliveira. Depois, enquanto puxavam as calças para cima e apertavam os cintos, diz o espanhol:
- Porque será que o português olha sempre para o que fez?
- É para ver se chega para vocês os três!
Porque,
Neste curto trajeto, uma senhora à minha frente, pelo passeio, conduzia a trote, pela trela, o seu cãozinho de estimação. De vez em quando, o cachorro estacava para dar uma cheirada e logo partia novamente acartando a dona atrás de si. A certa altura parou, farejou e agachou-se. A dama aguardou pacientemente que o seu “mais que tudo” depositasse no passeio os resíduos da última digestão e quando o cão, já aliviado, esticava a trela para partir em nova desfilada, ela segurou-o firmemente e ficou olhando longamente para o montinho de trampa.
Nessa altura, já eu passava por eles. Não me contive e perguntei:
- Tem ténia?
A.M.
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