sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Desisto!

Hoje apetecia-me dizer mal de alguém: agarrar num gajo qualquer e esfacelar-lhe a prosápia e o ego até nem sobrar um pedacinho maior do que aqueles que saem duma 1,2,3 a trabalhar 10 segundos.
Pensei no Alberto, porque está na moda e porque acha que a gente do ”contenente”  é que se endividou e os portugueses da Madeira não têm nada com isso. Ele afirma que lhe está a ser movida uma perseguição política por forças conluiadas da Maçonaria, dos comunistas, dos socialistas, da CIA e do KGB.
Mas, como estou a planear ir passar o fim do ano à Madeira, receio que o Alberto não me deixe desembarcar. Além disso ele tem obra feita e pelo tom de voz que usa nas suas contestações não arrecadou nada para si próprio. Consta, nas conversas à boca pequena, que está falido. 
Depois, pensei nos arguidos do antiquíssimo caso “Casa Pia”, qualquer deles, mas achei que eles são menos culpados do que a própria Justiça que anda para aí num desatino a ver se arranja alguém que lhe afira a balança. Tirei daí o sentido.
Também considerei o nosso PM como vítima possível da minha maledicência. Mas depois de pesar muito bem a justeza da crítica, acabei por achar que o verdadeiro culpado da nossa mísera situação é o Troica, que eu não conheço, mas não deixarei de investigar na Net para lhe conhecer o perfil. Ele que se cuide!
Pois é, podia muito bem cilindrar o Sócrates. Até nem seria desajustado, dado que toda agente acha que ele é que é o verdadeiro culpado do défice que nos estrangula. Certamente até seria aplaudido de pé. O ex-primeiro deve estar escondido aí em qualquer lado, dizem que em Paris mas eu acho que ele está com os lamas no Tibet a meditar profundamente e só aguarda que os portugueses comecem todos a gritar: -Volta, Sócrates, estás perdoado! Também desisti.
Diversos nomes passaram no ecrã da minha cachimónia: O Esaltino, a Fátima, o Valentim, até mesmo o Godinho Lopes por causa daquela coisa dos transatlânticos alugados para a expo 98, ou porque não do “Barão Vermelho” que escondido naquela brumosa Londres não deixa de cumprir diariamente o seu Five o’clock tea.
Estava eu nisto quando recebo um email a pedir para assinar uma petição contra a taxa de 1,5 euros que os bancos querem lançar sobre cada levantamento no multibanco. Só não fiquei varado, ali mesmo, porque estava sozinho em casa e não havia ninguém para chamar o 112 para me oxigenar a pulmoeira.  À hora do almoço avisei a minha mulher que tínhamos de voltar aos colchões de palha de milho para esconder as nossas economias pois aqueles tipos dos bancos querem-nos sonegar alguma parte, para terem, pelo menos, os mesmos lucros que no mesmo período do ano passado.
Ainda tentava restabelecer-me de mais esta desagradável e onerosa notícia quando no telejornal  vejo um gajo montado numa bicicleta a pedalar sub-aquaticamente dentro de uma piscina. Com a garrafa de oxigénio às costas pedalou até bater o recorde do Guiness que era de 3 quilómetros e tal.
Boa! – disse eu.
E não me lembro de mais nada.
Acordei deitado numa cama e a ver tudo branco à minha volta.
O tipo que se debruçou sobre mim também estava vestido de branco.
Vi logo que não estava no céu pois não tinha visto aquela luzinha que alguns privilegiados dizem que vêem quando voltam para trás a meio da viagem.
- Mas como é que eu vim aqui parar? – Perguntei.
- Onde é que eu estou?
- Tenha calma, está tudo sob controlo. Está no hospital do Telhal.
Pronto, pensei eu antes de me passar outra vez, chegou o dia há tanto tempo anunciado:
Os malucos estão a meter todos os racionais no manicómio.
A.M.

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