Aplaudo, de pé, todas as medidas tomadas pelos governantes deste país que tendam a diminuir a despesa do Estado com a sua própria administração.
Todos sabemos que por mais profunda que seja esta redução, ela pouco contribui para a redução do nosso défice. Aliás esse tem sido o argumento usado ao longo dos anos para manter o despesismo da máquina do estado.
Normalmente quando se fala em diminuir esta despesa, principalmente agora que temos o país hipotecado, propõem-se em primeiro lugar medidas para reduzir os gastos com a saúde, com a educação, privatizar empresas públicas ou semi-públicas, congelar ou mesmo diminuir salários, aumentar o IVA, alterar os escalões do IRS.
Todavia, se as medidas para reduzir os gastos com a renovação das frotas de carros dos ministérios, a manutenção sumptuosa de residências oficiais que nem os protocolos justificam, as viagens ao estrangeiro de duvidosa utilidade e por vezes com acompanhantes, a utilização prudente e controlada dos orçamentos dos ministérios, não representam muito na diminuição do défice, têm um extraordinário peso moralizador, que pode de certa forma conformar aqueles que têm de reformular por baixo os seus orçamentos familiares para suportar as medidas de austeridade. As actuais e aquelas que se adivinham para o futuro.
Por tudo isto aplaudo a decisão do novo Primeiro-ministro se deslocar em missão oficial ao estrangeiro viajando em classe turística. Há quem critique e entenda que é apenas uma medida demagógica.
Terei a mesma opinião quando daqui a alguns meses verificar que mais nada foi feito e de que até o seu exemplo não foi seguido pelos seus ministros.
O benefício da dúvida deve-lhe ser concedido.
A.M.
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