quarta-feira, 6 de abril de 2011

Cântico Socrático

“Vem or aqui”-
Diz-me  o FMI, com olhos doces,
Estendendo-me maquia,
Achando que neste país de poetas
Uns milhões  seria boa poesia
Quando me dizem:”Vem por aqui,
Nós somos o FMI.

Sócrates olha-os com olhos lassos.
Há neles vestígios de bafos de bagaços

e cruza os braços

E nunca quer o FMI.

A sua glória é criar humanidade,
Não precisar de ninguém.
Porque ele vive com o mesmo à vontade,
E sem vintem,
Com que nasceu de sua mãe!

Não, não vai pelo FMI,
Só vai por onde o levam os passos do Passos,
E se ao que ele quer (dinheiro)
Ninguém responde,
Porque lhe repetem vai ao FMI?
Prefere escorregar
Nos corredores lamacentos de S. Bento,
Redemoinhar nas eleições dos intentos,
Arrastar seus discursos sangrentos
A ir pelo FMI!

Se veio ao mundo,
Foi só para desflorar os BNP virgens
E desenhar seus pés em freeports inexplorados,
O mais que dizem não vale nada!

Como pois, seremos nós
Que lhe daremos machados, ferramentas e coragem
Para derrubar seus obstáculos?...

Corre nos Passos sangue velho dos avós,
E eleama  o que é fácil,
O Sócrates ama o Longe e a Miragem,
Ama os abismos, as torrentes, os deserto...


Ide...
Tendes auto.estradas.,
Jardins, canteiros em rotundas.
Tendes pátrias, tendes tectos,
E tendes regras, e tratados de Roma  e de Lisboa,
Eu tenho a minha loucura; coisa boa,
Mas que ninguém me compreende nem atura.
Mas levanto-a como um facho, a arder na noite escura,
E sinto raiva como nunca senti quando me falam no FMI,~
E espuma nois lábios quando oiço esses “sábios”

Eu e eu é que me guiam, mais ninguém,
Trodos tiveram pai, todos tiveram mãe.
Mas eu, que nunca principio nem acabo,
Nasci do amor  entre o Governador e o governado!

Ah, que ninguém, me dê piedosas intenções,
Ninguém me obrigue a ir ao FMI pedir milhões,
Ninguém me diga “vai ao FMI”.
A minha vida é  uma onda que alevantou,
É um átomo a mais que se animou,
Não sei por onde vou
Não sei para vou,
Mas nem que Passos me empurrem
Não vou pelo FMI!
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Com a minha homenagem ao José Régio (que muito admiro e respeito). Também acho qu ele não iria por ali.
Autor desta adaptação: Silvino Taveira Machado Figuiredo
Gondomar

2 comentários:

  1. Boa! Ainda há poucos dias postei o original de Régio, que se adapta bem ao que eu penso das políticas actuais que nos vão desgovernando.
    Cumps

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  2. Meu caro, Régio gostaria de ve aqui esta paródia bem conseguida.
    O problema não está no FMI __que é o que todos sabemos__ mas nos esbanjamentos, nas poucas vergonhas que inundaram o país e levaram a ponto de não termos outra solução!

    O mau não é op FMI. Maus foram aqueles que cantando e rindo foram fazendo ouvidos de mercador aos que prudentemente iam avisando...

    Enfim esperemos que o Titanic não se afunde face ao icebergue-FMI....

    Nunca tive dúvidas de que só com recurso a ajuda externa sairíamos do atoleiro...

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