sábado, 25 de dezembro de 2010

Texto do meu jardim
Ia eu, em meu prazenteiroso passeio, pela beira-rio,
recentemente qualificada desde Gramido até ao Freixo(Gondomar), quando, como de costume, parei junto do Jardim dos Aromas, mais ou menos a meio do percurso, para sentir suas fragrâncias!
A intenção de quem idealizou o jardim foi ótima, para que passeantes, junto ao rio, pudessem fruir do tjardim, que para além do seu aspecto didáctico, alegra narizes inspiradores de ares aromáticos!
Porém, o jardim, ainda recentemente craido, já mostra provas do tradicional chico-expertismo português, visto que exemplares de algumas espécies já foram roubadas, certamente que para ornamentar jardins de mentes mal cheirosas!
Aliás, infelizmente, o povo português tem a tendência de valorizar quem é experto, seja para não pagar impostos, seja quem idealiza esquemas para a obtenção de ilegais benefícios e de quem é experto, para corromper, ou seja, como o povo diz:
“Chegar-à-frente”, senão o projecto não sai, a licença fica a marinar, a multa não é perdoada, o réu é condenado, etc, etc!
Pois foi um “estória”, tipo chegar-se à frente que um amigo, septuegenário, entretanto ao pé de mim chegado, que me contou:

-“Um dia, na semana passada, vê lá tu, fui ao Posto Médico. Na fila eu tinha uma senhora gávida à minha frente quando, de repente, entrou um brutamontes, aramado em xico-experto, que sem dizer nada, meteu-se à frente de todos. Chamei-o à atenção sabes o que ele respodeu, olhando para mim, com ar provocador?
-“Quem é burro puxa carroça”.
A funcionária fingiu que não via nada. 
O xico-experto foi atendido, à frente de todos e lá se foi embora, com a certeza de que o crime compensa! Por isso, não te admires de virem aqui (apontou para as covas donde tinham sido arrancados) e levarem alecrins, tomilhos alcanforados, etc.”

-“Pois.  É dessa massa que devem ser feitos os nossos políticos que estão no poder, mas acho que aplicam outro aforismo popular: “Quem parte e reparte e não fica com a melhor parte ou é burro ou não tem arte” disse eu.

Depois, seguimos, convictos de que o povo só tem o que merece! Sim, porque não se importa de receber cabritos de quem cabras não tem!

Agora, realmente, com os políticos a chegarem-se sempre à frente na fila das benesses, só deixam burros (nós) para trás para puxarmos carroças!
Vá lá, que temos a “sorte” de não nos obrigarem a puxar as bombas dos seus Mercedes e BMW,s, pois que há outros burros, fardados, que os puxam, e que tocam muito bem nas gaitas, para arrumar o pessoal!
Se, aos poucos, desaparecer o Jardim dos Aromas, em Gondomar, resta-nos, para “consolo” a planta da ETAR de Gramido, que nenhum xico-experto se atreve a arrancar e que lá está para a gente cheirar.
Ui, que cheirinho para quem anda a passear, sem tomilhos alcanforados por perto!
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Autor: Silvino Taveira Machado Figueiredo
Gondomar

Texto do meu jardim

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