Quando, a medo, algum moderador, chama a atenção aos economistas
entrevistados para os chorudos ordenados e mais subsídios e benesses atribuídos
aos políticos deste paupérrimo país, logo ouvimos a lengalenga do costume: Isso
é uma gota de água no oceano da nossa dívida pública e não contribuiria absolutamente
nada para equilibrar as finanças do país. Disseram-no há muito pouco tempo o catastrófico
Medina Carreira e o bem-humorado Miguel Belezas. Estas sábias opiniões conduzem
pacificamente o rebanho para o redil da conformação onde, no remanso da noite,
resolvem poupar mais no pão, no leite e nas batatas, para salvar o país do
afundanço final.
Quando oiço estas opiniões costumo pensar: Não resolveria mas
moralizaria com toda a certeza. Penso… apenas, mas não falo; pode estar alguém
a ouvir que logo responderá: - O que tu tens é inveja! O que, não me irritando,
porque sou um tipo cheio de santa paciência, me obriga a perder o meu rico
tempo com explicações que eu estou a ver sair pelo ouvido do outro lado.
Ná, o melhor mesmo é o exemplo figurado do que se passa a este nível
noutros países.
Estamos habituados a ver os políticos fazer comparações com o que se
passa noutros países, que escolhem cuidadosamente, para implementar medidas gravosas
sobre a populaça (como eu gosto deste termo!?). Ele foi sobre a despenalização
do aborto, sobre o alargamento da idade da reforma, sobre o preço da saúde, o
aumento do tempo de trabalho diário, a carga fiscal, etc., etc.
Penso que também tenho o direito d ir buscar um exemplo que os nossos
políticos não conhecem ou, conhecendo, escamoteiam, ignoram ou desvalorizam.
Não sentem uma pontinha de vergonha? Um piquinho dela que seja?
Desalmadas amebas!
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